sábado, 13 de fevereiro de 2016

Epilogo.


5 meses depois...

Era tão bom acordar pela manha sentindo o seu beijo, o seu toque, o seu carinho, o seu cheiro. Melhor ainda, era sentir o seu toque mais ousado, que já me deixava pegando fogo pela manha. Assumo, depois que a Cassidy nasceu, o nosso sexo esta mais intenso, mais gostoso, esta mais frequente, sempre que tínhamos a oportunidade, estávamos fazendo amor em algum lugar da casa, principalmente quando a Ari, estava na escola, e o Dy, e a Cassidy estavam dormindo. Acho que o nascimento da nossa filha, serviu para nos deixar ainda mais próximos, e apaixonados um pelo outro.
As suas mãos percorriam o meu corpo com pressa desejo, e paixão. Na realidade, ai esta incluso a unica coisa que não e tão legal, o fato do sexo ser mais rápido, afinal e terrível ser interrompido por choro de bebe, quando ainda falto horrores para gozar. E acredite, já passamos por isso ao longo destes cinco meses, e não foi apenas uma vez.

-Mais rápido amor, assim você vai me deixar louca!-arranhei a sua nuca devagar, o puxando para mais um beijo.

-Me deixa aproveitar mais, vai!- a sua boca apressada percorria o meu colo, enquanto ele me penetrava devagar, explorando cada centímetro do meu corpo. Porra, isso era muito bom.

As suas estocadas se intensificaram, me deixando completamente entregue a ele, sempre era indescritível estar em seus braços. Nos completávamos em vários aspectos de nossas vidas, mas a cama era sempre novo, era sempre bom, e de certa forma diferente em todas as vezes.
Chegamos ao orgasmo juntos, como sempre o meu agora noivo, era muito atencioso com estes detalhes, e me fazer gozar primeiro era sempre uma delas, era quase uma regra. Uma regra que eu adoro.

-E impossível enjoar de algo tão bom!-estávamos ofegantes no chão da sala, nus, e lado a lado.

-Definitivamente, e principalmente se for com você, e impossível!-ele beijou-me calmamente, e antes mesmo do beijo sessar, ouvimos o chorinho da Cass.

-Nossa menina acordou!-sorri assim que nos desvencilhamos. Vai tomar o seu banho, que eu vou busca-la.

-Tudo bem!-pegou o celular olhando para o relógio. Caramba eu estou atrasado para ir ao estúdio.-se levantou rapidamente.

-Você e a sua capacidade de não conseguir cumprir horários!-sorri ao vê-lo ir em direção o banheiro completamente nu.

-Não e bem assim, eu sou pontual!-parou no meio do corredor abrindo os braços, e sorrindo. Lindo da minha vida.

-Uhum, sei! Se um dia, se nos casarmos, é você quem vai se atrasar!-sorri indo logo atras dele depois de recolher as nossas roupas do sofá.

-Se um dia? Nos vamos nos casar, e em breve!-disse e ouvi o chuveiro abrir no nosso quarto. Mais breve do que você imagina!-disse um pouco mais baixo, e eu fingi não ouvir.

-Oi?-fui para o closet vestir algo para pegar a nossa filha.

-Que?

-Sínico!-gargalhamos.

Terminei de colocar uma roupa qualquer, e fui ate o quartinho da Cass, que ficava bem ao lado do nosso. Ao longo destes cinco meses, nada de muito significativo mudou, apenas que aos poucos estou me mudando para a casa dele. realmente a casa em que morava não comportou tanta gente, e acabou ficando impossível ficar por la. Assumo, eu errei quando bati o pé dizendo que tinha espaço para todos nós.
O Dylan, continua filando a boia da irma, e todos os dias, ele procura o meu seio no minimo umas três vezes, ou sempre que vê a irma mamar. Estou começando a achar que e ciumes, mas enfim, este ato esta fazendo bem para todos nos, afinal, desde que ele nasceu, nunca estivemos tão próximos, tanto que no mês passado, ele começou a me chamar de...

-Mãe!-apareceu na porta do quarto coçando os olhinhos, com a chupeta na boca, e uma frauda agarrada na mesma, que se arrastava pelo chão.

-Oi meu amor!-sorri sentada na cama enquanto amamentava a sua irma.

-Mama!-se aproximou subindo na cama com dificuldades, já que ele só tem um ano, e três meses.

-Assim que a sua irma mama, você mama, ta bom?

-Ta!-sorri beijando o seu rostinho vermelho, e amassado da cama.

Logo o Peter, saiu do banho, cheiroso, e quase arrumado. Lindo como sempre. Se aproximou nos beijando, e seguiu para o closet para terminar de se arrumar.
Ele tinha voltado para o estúdio, com um pouco mais de intensidade no fim do ano passado, afinal, eles estavam se empenhando para lançar o terceiro CD, ainda este ano.
Depois que ele foi embora, eu amamentei o Dylan, dei cafe a Ari, e reforcei o cafe do Dylan, com uma fruta enquanto tomava o meu banho banho. Graças a Deus, a Ari, me ajudava muito com eles, e não precisava nem pedir.
Saímos depois do almoço para encontrar a Mariah, em uma sorveteria que tinha proximo a casa do Peter, que agora era o nosso lar. As crianças se esbaldavam com os sorvetes dali, e eu assumo, também adorava.

-Eles são muito lindos minha amiga!-ela sorriu olhando para a Ari, e o Dy, enquanto segurava a Cassidy, em seus braços.

-Obrigada, também acho os meus filhos lindos!-sorri quando o Dy, deixou cair sorvete de morango em sua blusa, e logo o limpei com uma toalha de boca. E ai, como vai a vida?

-Bem, estou a procura de um novo amor!-sorrimos.

-Ficar sozinha as vezes faz bem!

-Já estou a muito tempo sozinha, preciso de um cobertor de orelha!-sorrimos.

-Em breve você vai encontrar, tem muitos homens maravilhosos por ai!

-Tomara, por hora só arrumei furada. E nestas horas que eu sinto falta do Hawaii.-sorrimos.

-Por falar no Hawaii, estou indo pra lá mês que vem! O Peter encontrou uma pequena brecha na correria do estúdio, e vamos ficar duas semanas por la, as crianças ainda não conhecem.

-Queria eu poder ir com vocês!

-Deixa para a próxima!

Já estávamos fora da sorveteria, quando demos de cara com alguém que para mim, não era uma pessoa na qual eu estava muito disposta a ver, mas a vida e assim, infelizmente, ainda mais quando moramos na mesma cidade dela.

-Crystal!-parou a frente do carrinho onde estavam os meus dois filhos mais novos, sem me deixar passar.

-O que você quer Rafael?

-Conhecer o novo membro do recanto feliz da tia Cris!

-Você e ridículo!- encarei seriamente.

-Calma, estou brincando!-sorriu se curvando. Ela e linda, parabéns! E tão linda quanto você!-me olhou e sorriu de canto.

-Eu acho ela parecida com o pai!-Mariah sorriu.

-Eu não achei!-a encarou sorrindo. Prazer, me chamo Rafael, sou ex marido da Cris!

-Crystal para você!

-Crystal para mim!-tirou um sarro, me fazendo inevitavelmente sorrir. Estou na paz, sei reconhecer quando perdi, e lutar por você, ou contra você, e ele, e algo que eu percebi que não valia a pena fazer! Me desculpa por tudo o que eu fiz, eu fui um idiota, e queria muito poder me redimir!

-Não precisa se redimir, contanto que você não nos importune mais!

-Não vou, acredite!-esticou a mão para um suprimento, no qual eu retribui. Amigos?

-Acho que você já quer um pouco demais!-sorri.

-Ta certo! A proposito, quem e a sua amiga?- a encarou.

-Esta e Mariah!

-Muito prazer Mariah, e um prazer conhece-la!

-O prazer e todo meu!-sorriu.

-Seria muito abuso se eu a chamasse para um cafe?-eu apenas sorri, balançando a cabeça negativamente.

-Eu vou indo, nos encontramos por ai!-a cumprimentei, e sai andando com os meus filhos, em direção ao carro.

Um mês depois... HAWAII

A nossa vinda para o Hawaii foi para relaxar um pouco, a correria no estúdio estava demais, e ele decidiu dar uma pequena pausa para descansar um pouco. Do jeito que esta indo, vai levar mais um ano para este CD ser lançado. Que os seus fãs não escutem isso, mas eles sabem como ele é detalhista, esta demorando, mas certamente sera algo "maravilindo" como diz a Ariel.
Iriamos aproveitar a este tempinho aqui, para ficarmos juntos, um momento só nosso, mesmo tendo vindo em grupo, por que para a minha surpresa, alem de nos cinco, também veio a Liz com o marido, a Alicia, os meus pais, irmão, as cunhadas, enfim, veio uma galera. No final das contas isso foi muito bom, tinha mais gente para nos ajudar com com os nossos pequenos. Ate por que, quando junta a Cass, e o Dy, e um Deus nos acuda, por que ela tem 6 meses, mas já e muito esperta, e geniosa, se não gosta de uma coisa, ela deixa bem claro, se não for aos gritos, e puxando o que ela vê pela frente, e o fato do Dylan, ainda tirar uma casquinha do seu leite as vezes, a deixa louca.

-Ai mamãe!-ele chora quando ela puxa os seus cabelos, ao vê-lo mamar.

-Não faça isso com o seu irmão, que coisa feia!- a repreendo que sorri, e logo fica seria, esticando os braços para puxa-los novamente.

-Meus Deus!-minha amiga sorri ao meu lado.

-Ta vendo, e você ainda arrumou mais um, ou no caso dois!

-Sim!-gargalhamos.

A Liz tinha descoberto a sua segunda gravidez, estava muito feliz, já que seria mãe de dois meninos, o Jack, e o Spencer. Desejo a ela toda a sorte do mundo, por que ela vai precisar.

Minha princesa a cada dia que passa esta mais linda, e competente. Ariel vai me dar muitas alegrias, ela e inteligente, centrada, educada, e um encanto de menina, e todos ao seu redor são apaixonados por ela. Ela me disse que quando crescer sera bailarina profissional, e eu, como uma boa mãe coruja, estou aqui para apoia-la em tudo.

Eu fiquei sabendo que a Mariah, e o Rafael engataram um namoro a uma semana mais ou menos, espero que eles sejam felizes, e que possam construir juntos o que eu, e ele não construímos. Ao menos eles pensam da mesma forma. Os dois não querem ter filhos!

Mas eu descobri da forma mais maravilhosa do mundo, que a nossa vinda para o Hawaii não serviu só, e para descaçar, ela serviu também para...

-Relaxa minha filha!

-Não tem como papai, eu nem acredito no que esta acontecendo!-sorri nervosa.

-Você não quer borrar a make não e fofa?

-Não Liz, não quero, e não posso!

-Então coloca um sorriso maravilhoso nestes lábios, que o seu futuro marido a espera depois desta porta.

Sim, eu estava me casando de surpresa com o Peter, no Hawaii, no local onde nos conhecemos, e nos amamos pela primeira vez. Eu simplesmente fui acordada pelas irmas dele, a minha mãe, e a louca da minha amiga, com cafe na cama, a roupa, tiara, enfim, estava tudo pronto, e organizado para nos casarmos a um mês. Se eu estava feliz? Eu estava radiante, porem nervosa pra caramba!
Aqui era um lugar magico para nos dois, aqui era o lugar que mais traduzia a nossa historia, e nada mais justo do que dividir esta magia com todos que amamos.


Every Breath You Take, tocava ao fundo quando as portas da antiga casa em que morei se abriram, o mesmo lugar onde a minha mãe, e o meu pai se casaram. Ele estava lindo, vestido bem a vontade, e completamente de branco, assim como eu que estava com um vestido bem parecido com o da minha mãe. Estávamos nos casando onde nos vimos pela primeira vez, eu acho que era o melhor para celebrar a nossa união. Ele não poderia ter sido mais detalhista e maravilhoso com o nosso dia.

-Você Crystal, aceita Peter Hernandez como seu legitimo esposo?

-Sim, eu aceito!

-Você Peter, aceita Crystal Medeiros como a sua legitima esposa?

-Sim, eu aceito!

-Pelo poder a mim investido, eu vos declaro marido, e mulher. Podem se beijar.

 Dava para se ouvir nitidamente as ondas se quebrando nas pedras quando nos beijamos pela vez como marido e mulher. Era a realização de um sonho, a realização de mais um sonho que eu guardava, e nutria em minha vida. Ser dele, e ele ser apenas meu, eternamente.
Sera que alguém diria que o que começou com apenas um olhar, chegaria onde chegamos? Casados, com três filhos lindos, uma vida estável, muito amor entre nos dois, e os nossos frutos. E o mais importante. Felizes?

...Oh, você não enxerga?
Você pertence a mim
Meu pobre coração sofre tanto
Com cada passo que você dá

Cada movimento que você fizer
Cada promessa que você quebrar
Cada sorriso que você fingir
Cada direito que você reivindicar
Eu estarei te observando

Cada movimento que você fizer
Cada passo que você pisar
Eu estarei te observando

Eu estarei te observando

(Cada suspiro que você der
Cada movimento que você fizer
Cada laço que você quebrar
Cada passo que você pisar)

Eu estarei te observando

(Todo santo dia
Cada palavra que você disser
Cada jogo que você jogar
Cada noite que você ficar)

Eu estarei te observando...




Fim...

Cássia Inêz <3

Bom, mais uma fanfic feita com carinho chegou ao fim. Assumo, quase desisti algumas vezes, algumas meninas acompanharam o meu drama, e foi complicado chegar ate aqui. Ela seria maior, iria ate o capitulo 100, porem eu tinha algumas ideias controversas na cabeça, e acreditem, foi melhor terminar aqui! kkk
Eu também senti que perdi o foco, e me perdi em si algumas vezes, não estava vendo como melhorar, e para não estragar de vez, eis que chegamos ao fim. Me perdoem se decepcionai alguém, mas acreditem, eu dei o meu melhor, ou tentei como em tudo o que faço na vida.
Obrigada as minhas betas, Uena, e Fernanda, valeu pelo apoio, carinho, broncas, chantagens, enfim, não seria nada sem vocês duas, e principalmente sem a cada leitora maravilhosa que eu tenho. Leitora não, amiga, por que cada uma de vocês são as minhas amigas, irmas, amores da minha vida. Obrigada por tudo.
Quanto a uma nova fic... Eu tenho uma iniciada, com dois capítulos, blog pronto, musicas escolhidas, enfim, porem, eu não me vejo postando ainda, me desculpem, mas eu realmente preciso de um tempo, um tempo para ver se é ela que eu quero como próxima fic, se eu quero continua a escrever, se eu vou continuar a escrever, ou apenas ser uma leitora, e prestigiar as minhas lindas, enfim, e algo que só o tempo vai me dizer.
Mais uma vez obrigada por tudo, amo vocês, e ate a próxima! <3

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Que bom, você chegou! cap 63 *Final*



Não demorou muito para que o Dylan acordasse, pedi ao Peter, para que fosse busca-lo, enquanto eu ia ate a cozinha fazer a sua mamadeira, porem, ele pediu que fizesse justamente ao contrario, que eu ficasse com o Dy, enquanto ele mesmo iria fazer a mamadeira. Alegou que não queria que eu me machucasse caso tivesse uma contração no meio do processo. Tão lindo preocupado comigo.

Estava deitada com o Dylan, na nossa cama, ele estava aparentemente mais calmo do que nos outros dias, parecia sentir que eu estava sentindo alguma coisa, e não estava 100% bem. Haviam se passado alguns minutos que o Peter, tinha ido para a cozinha, quando comecei a sentir mais uma contração. A cada uma que sentia, ela doía um pouco mais, pareciam que os meus ossos estavam se quebrando quase que todos de uma vez. Eu segurava no lençol esperando pacientemente que ela enfim fosse embora, quando senti uma delicada, e pequena mão acariciando a minha barriga bastante dura, e contraída. Apesar do seu toque ser um pouco incomodo devido a dor naquele momento, parecia que não tinha melhor sensação naquele momento, parecia que a unica coisa que eu precisava para que ela se dissipasse, ou que eu simplesmente a ignorasse, era o seu toque.
Relaxei o meu corpo quando a dor se findou, e sorri ao vê-lo beijar a minha barriga, e sorrir ao notar que eu o encarava. Acariciei o seu rosto, e ele se aninhou em meus braços, deixando-me emocionada, deixando-me completamente tocada, sem que nenhuma palavra fosse emitida naquele momento.

-Eu te amo muito meu filho!-beijei o seu rostinho, e nos distraímos por um tempinho vendo desenhos, ate sermos interrompidos.

-Filha!-ouvi a voz confortante de minha mãe.

-Mamãe, que bom que chegou!-sorri ao vê-la atravessar  aporta apressadamente.

-Viemos o mais rápido possível!-se aproximou, beijando a minha cabeça, e a do Dy. Meu amorzinho, como esta grandão, o príncipe da vovó.-acariciou o seu rosto que sorriu para ela.

-Estou virando um rapaz vovó!-disse como se fosse uma resposta dele, e sorrimos.

-Como estão as contrações minha filha?

-Estão com um intervalo de quinze minutos agora.

-Ainda falta muito?

-Não sei dizer com exatidão, já que não sei de quantos centímetros estou, mas acho que durante a tarde, eu darei a luz! Cadê o papai?

-Esta na sala com o Peter. A Ariel acabou de acordar, e quando ela nos viu, correu para o colo do avô!

-E te deixou morrendo de ciumes não e dona Laura?-sorrimos.

-Um pouco, assumo! Mas logo ela me deu um beijo, e ficou tudo certo.

-Vovó babona! Ai, la vem mais uma mãe!

Fechei os olhos, e ela pegou o Dylan, de meus braços, que não gostou muito da ideia, e começou a chorar, mas logo o Peter, entrou com a mamadeira dele, o pegando dos braços de minha mãe, que sentou ao meu lado, oferecendo a sua mão. Olhei para o lado quando a dor tinha passado, e vi o meu pai com a Ari no colo, recebi um delicioso beijo de bom dia dos meus dois amores, e neste momento vendo todos ao meu redor, eu me senti com um pouco mais de coragem para seguir em frente com a minha vontade de ter um parto natural, afinal, acompanhada de todas as pessoas que eu mais amo no mundo.
Era mais ou menos umas nove da manha, quando a minha vaca de estimação chegou, e bem no meio de uma contração. Estava sendo mais complicado do que eu imaginava, mas eu não iria desistir, e muito menos deixar me abater pela dor, desconforto, e incomodo, enfim, este momento era meu, meu e do meu bebe.

-Sem gritos? Tem certeza de que aqui tem uma mulher prestes a parir?-ela brincou parada na porta.

-Se eu não tivesse sentindo tanta dor, mandaria você tomar no...

-Filha!-minha mãe me repreendeu aos risos, provocando os nossos.

-Tem certeza de que não quer ir para o hospital?-ela se aproximou beijando o meu rosto.

-Sim, eu não quero!

-Eu já tentei Liz, ela esta irredutível.

-O doutor Torres, disse que esta tudo bem comigo, e com o bebe, e que e seguro fazer um parto natural.-respirei fundo, e a minha mãe secou o meu suor.

-Tudo bem, de que você precisa no momento?

-Bom, no momento eu preciso saber com quantos centímetros de dilatação eu estou.-nos encaramos, e ela cerrou os olhos.

-Você não esta querendo que eu faça um exame de toque em você, não e Crystal?

-Sim!-ficamos nos encarando seriamente, e do nada caímos na gargalhada.

-Ai ai, não conhecia este seu lado piadista amiga!

-Não e piada, e serio, eu preciso saber!

-Eu sou pediatra, não sei fazer exame de toque.

-Você não aprendeu na faculdade?-a encarei fingindo incredulidade, sabia que ela tinha aprendido.

-Aprendi! Mas faz muito tempo!-sorriu.

-Não tem segredo. Mas enfim, me ajude a levantar, eu mesma vou fazer!-estiquei a mão.

-Fica quieta ai mulher, abre estas pernas e respira fundo. Por favor, só não confunda o meu dedo com o Bruno!

-A minha filha, você vai precisar de muito mais, para me fazer confundir o seu dedo com ele!

-Cris!-mamãe mais uma vez chamou a minha atenção. Me respeite menina!-sorrimos.

-Desculpa mamãe, mas e verdade!-juro que tentei ficar seria, mas era impossível.

-Meu Deus, quando eu tive a Alicia, não estava tão sorridente assim, a dor não me deixava um minuto!-disse entre as suas gargalhadas.

-Mas eu estou com dor, só que este e um momento muito importante, para ficar lamentando, e dando bola para as dores que estou sentindo.

-Esta e minha amiga! Deita direito, vamos testar o nosso grau de intimidade em nossa amizade.-sorrimos. A sua bolsa já se rompeu?

-Já, ela rompeu na hora do banho.

-Ótimo!

Me deitei novamente, acomodei o meu corpo da melhor forma possível enquanto ela mexia em uma mala que estava com ela, retirando um par de luva de látex.
Não adianta, por mais que o medico seja delicado nesta hora, e sempre muito incomodo, invasivo, e ate vergonhoso, mas a parte da vergonha foi amenizada pelo simples fato de ser a Liz, que e uma pessoa na qual eu sou capaz de confiar a minha vida.
Depois do exame, ela me informou que eu estava com 6 centímetros de dilatação, e para a minha surpresa, o nosso bebe iria demorar um pouco menos do que imaginei para vir ao mundo, cerca de duas horas.
Assim que ela terminou de fazer o exame, eu senti mais uma contração, fechei os olhos fortemente, e respirei fundo, agora sobre o seu auxilio.
Minha mãe começou a trazer algumas coisas do quarto do bebe, coisas como frauda, roupinha, manta, meia, luva enfim, estas coisas para colocar assim que o meu bebe nascesse. A minha mãe estava evidentemente feliz, estava estampado em sua face toda a felicidade que sentia com a chegada de seu terceiro neto. Primeiro biológico.
As contrações estavam muito incomodas, e para tentar aliviar um pouco já que não tinha os recursos do hospital, eu decidi tentar andar um pouco pelo quarto, olhar pela janela, pegar um ar puro, enfim, estava agoniada, e sem posição.
A minha mãe, o Peter, e o meu pai estavam revesando para cuidar das crianças. Não necessitava de tudo isso, ate por que a Ari, não da trabalho algum, mas e que a minha mãe assumiu a cozinha, o Peter ficou com o Dy, e o meu pai estava vendo desenho da Barbie com a Ari, segundo a Liz.

-Este cheiro esta me matando!-reclamei quando senti o cheirinho bom do tempero da minha mãe.

-Nem pense em comer!

-Infelizmente não posso! Amiga, eu estou ansiosa, mas estou com medo!

-De que?

-Da hora mesmo sabe, com medo de acontecer alguma coisa, e o parto ficar complicado...

-Vai dar tudo certo, não pense assim amiga, pense coisas boas! Você e a obstetra, saberá se precisar parar tudo, e pedir para ser levada ao hospital!

-Sim, eu tenho este entendimento, e só nervosismo mesmo.

-É sim! Você chamou mais alguém alem dos seus pais, e eu?

-Você quer saber se eu chamei a Mariah?-sorri recostada na parede de frente para a janela.

-Também!-deu de ombros.

-Esta com ciumes?-sorri.

-Eu? Affz, claro que não!

-Ta sim!

-E só que depois que ela apareceu, eu pensei que você iria chama-la, afinal, fala direto dela!

-Esta com ciumes sim!-sorrimos. Não, eu só quero aqui comigo as pessoas que me deixam super a vontade, e apesar dela ser uma amiga de longa data, eu me sinto mais a vontade com você, do que com ela. E outra, eu senti que o Peter, não ficou muito a vontade com ela!

-Por que?

-Por que antes de mim, eles namoraram quando adolescentes. Na realidade, comigo foi apenas uma tarde, e com ela, foram meses.

-E agora esta mulher volta assim?

-Assim como?

-Assim, do nada!

-É! Quer dizer, não sei, ela tem uma escola de dança, e professora da Ari...

-Você confia nela?-ela me encarou, e eu fiquei sem saber o que falar. Confia Crystal?

-Como assim, por que não confiaria?

-Eu só...

-Só um minuto, vem mais uma contração!-respirei fundo, e ela segurou em minhas mãos.

-Vamos deixar este assunto para outro momento!-apenas concordei com a cabeça.

Se eu falar que confio plenamente na Mariah, talvez não seria a total verdade, já que depois da reação do Peter, confesso que fiquei com o pé atras, e eu acho que jamais teremos a mesma amizade de anos atras. Mas o que importa, e eu confiar no Peter, e em mais ninguém.
Gemi um pouco mais alto em forma de expressar a dor que estava sentindo. Desta vez a contração veio ainda mais forte, me deixando ate sem ar. A minha amiga me segurou um pouco melhor, e logo em seguida ouvi a porta se abrir, e o Peter entrar com cara de assustado, perguntando se estava tudo bem. Eles me ajudaram a deitar novamente na cama, e desta vez o meu amor ficou comigo, me confortando, e me ajudando a enfrentar as contrações seguintes.

§

Eram pouco mais de duas da tarde, já tinham se passado pouco mais de nove horas de trabalho de parto ininterruptos, com contrações mais fortes, e intensas. Mas o tempo total, era de mais de vinte horas desde que começaram as primeiras dores bem leves. Eu sentia que a qualquer momento o nosso bebe viria ao mundo, e neste exato momento, eu estava passando por mais um exame de toque.

-Esta com nove amiga!-Liz me encara e sorri.

-Esta na hora!-afirmei, e senti a mão do Peter sobre a minha testa.

-Falta pouco amor, falta pouco para conhecermos o rostinho do nosso bebe!-ele estava extremamente emocionado, e provavelmente se controlando ao máximo para não ter um troço. Eu o conheço.

-Amiga você já sabe, quando a contração vier, faça força.

-Eu sei! Cade os meus filhos?

-Eles estão bem com o seu pai amor!

-Pensa em você filha, em você e no bebe que esta para nascer!

-Eu quero eles aqui comigo assim que der a luz!-o meu grau emocional estava tão alto, que eu só conseguia chorar.

Eu estava muito emocionada, passar por este momento, e algo muito bom, emocionante, ainda mais perto de pessoas que amamos, pessoas que nos somam, pessoas, que fazem parte da sua felicidade, e neste momento, eu estava sendo a mulher mais feliz do mundo, perto das pessoas que eu mais amo, e prestes a receber o presente mais valioso que já recebi na minha vida.

Amar, amor incondicional, sublime amor. Beleza, paz, felicidade intensa. Sonhos, sonhos que se tornam realidade depois de uma dura batalha. Sim, sonhar e muito bom, mas realizar o sonho, e a melhor parte. Viver cada dia intensamente, amar verdadeiramente vale a pena, quando a recompensa e plena. Vale a pena quando a recompensa e tudo o que você mais sonhou, é um desejo da sua alma, com a pureza do mais lindo amor.
O amor de duas vidas, de duas almas, de dois intensos amores. Não há explicação para tal momento, apenas quem passou sabe o valor de cada sentimento. A dor se torna nada, quando os meus olhos encontram os seus, quando o meu sorriso se torna maior ao ver o seu, e o meu choro se intensifica, a cada vez que o seu se faz presente.

-Força amiga, eu já estou conseguindo ver os cabelinhos do seu bebe!

-Eu estou ficando sem forças!

-Respira meu amor, falta tão pouco!-a sua voz embargada ecoou em meus ouvidos me trazendo a força que eu necessitava.

-Vamos minha filha, esta tão perto!-minha mãe beijou a minha mãe, e eu olhei para ela por um milésimo de segundo. mas foi o suficiente para ver o seu rosto banhado em lagrimas.

Não existe recompensa maior do que receber este amor, do que dar o seu amor, a este amor. Ser mãe, e uma dadiva, ser mãe, é sorrir por outro alguém, chorar por outro alguém, sonhar com outro alguém, se decepcionar com outro alguém, sentir dor com outro alguém, mas acima de tudo, e receber o maior, e mais puro  amor do mundo, de outro alguém.

O seu choro alto, intenso, reconfortante, ecoava no quarto, deixando todos mudos, apenas apreciando o seu lindo chegar. Foi como se o mundo parasse por exatamente um minuto quando olhei em seus olhos, seus pequenos olhos intensos, e cheios de amor. Mas eu não precisei nem de meio segundo, para me apaixonar completamente ela.

-E uma menina!-Liz sorria entre as suas lagrimas, na realidade, não tinha ninguém que não estivesse as lagrimas neste momento.

-Meus filhos!Eu preciso dos meus filhos!-disse sem retirar os olhos do meu bebe.

-Eu vou busca-los!-minha amiga disse saindo em seguida.

- E uma menina meu amor!-olhei para o Peter, que com os seus olhos vermelhos, e molhados apenas concordou em um gesto de cabeça, acariciando a nossa filha que já não mais chorava em meus braços, e apenas procurava os meus seios as cegas.

-Ela esta com fome meu amor!-minha mãe acariciou os meus cabelos, os beijando em seguida.
Eu a coloquei em meu seio, e ela imediatamente o sugou com vontade, fazendo a sua primeira refeição. A minha felicidade era tanta, que eu não sabia se chorava, se olhava para ela, se aproveitava desse momento único que era só meu e dela.

Ouvi a porta se abrir, e olhei para lado dando de cara com a minha princesa, de olhos arregalados, e com a mão sobre a boca. Sorri com o seu espanto, e logo o seu pai, a pegou no colo trazendo-a para mais perto de mim.

-Mamãe...

-A sua irma nasceu!

-E uma menina?-ela sorria um sorriso puro, e cheio de emoção. Era lindo vê-la tão emocionada, em um momento tão fora de sua realidade.

-Sim, e uma menininha.

-Ela parece com o papai!-sorrimos.

-Pode ser!

-Posso tocar?

-Pode meu amor, ela e frágil, mas não e quebrável!

Ela acariciou o braço da irma sobre a manta com todo o cuidado do mundo, cuidado de quem manuseia algo extremamente frágil, de quem toca em uma bolha de sabão, com medo de que ela estore em pleno ar. O Peter colocou a Ari, ao meu lado, e pegou o Dylan, dos braços de minha mãe que o segurava, enquanto o meu pai beijava a minha face, e dizia como estava orgulhoso de mim, da minha linda família, da preciosidade que eu tinha acabado de trazer ao mundo.

-Qual e o nome dela mamãe?

-Ainda não sabemos. O que você acha amor?-olhei para ele.

-Não faço ideia!-sorriu. Estou tão estasiado que não consigo nem pensar.-sorrimos.

-Eu também. Quer dar uma sugestão?-olhei para a minha filha.

-Hum...-colocou o dedinho sobre os lábios pensando. Que tal Cassidy?

-Cassidy? Por que Cassidy?

-Por que ela parece uma boneca, e Cassidy era o nome da minha primeira boneca!-sorriu lindamente, a minha princesa.

-Eu gostei de Cassidy!-minha mãe sorriu, e eu olhei para o Peter, que não conseguia retirar os olhos dela.

-Amor?

-Cassidy e lindo!-me encarou sorrindo.

-Então, ela se chamara Cassidy Bernadette de Medeiros Hernandez.

Ele olhou para mim imediatamente, e era possível ver algumas lagrimas rolarem com um pouco mais de intensidade, e eu simplesmente o puxei para um abraço. A Tia Berne sempre foi uma pessoa maravilhosa, sempre me teve como uma filha, e quando ela se foi, eu infelizmente não pude dar o meu ultimo adeus a ela, e dando-lhe o seu nome a sua neta, e uma forma de mante-la ainda mais perto da gente.

Com a Ari de um lado, e o Peter-um pouco mais controlado-, com o Dy, em outro, tiramos a nossa primeira foto em família, uma família que já era linda, e acabou de ficar mais linda ainda.
Enquanto amamentava, dividia a minha atenção entre os meus filhos, dividindo assim a quantidade imensurável de amor que estava em mim. Beijei a mão do Dylan, que queria dividir o meu colo com a irma, mas que infelizmente ainda não seria possível, já que ela mamava, então, pedi que o Peter, o colocasse sentado na cama ao meu lado, e ele se recostou colocando a cabeça em minha coxa sem deixar a sua inseparável chupeta.

Depois que ela estava alimentada, e quase adormecendo, a minha amiga a pegou de meus braços para fazer a sua primeira avaliação geral, e higiene, enfim, levou a minha pequena para fazer as anotações, e cuidados necessários como o primeiro banho-que minha mãe deixou bem claro ser a primeira a dar-, e os testes pós-parto.
Acho que felicidade, e pouco diante de tudo o que estou sentindo agora, e algo imensurável, e inexplicável. Só peço a Deus, para que multiplique momentos assim em meu lar, de agora em diante.
Tinha se passado no máximo trinta minutos desde que a minha mais nova princesinha tinha nascido, e o meu quarto estava cheio. Mas parecia estar completamente vazio, já que todos estavam em silencio. Todos que eu digo, são as minhas cunhadas, cunhados, sogro, pai, mãe, filhos amiga, namorado, enfim, a família Hernandez e Medeiros, estavam reunida em um quarto, e todos admiravam a mais nova integrante da família.

-Que linda homenagem vocês fizeram a mamãe, ela ficaria muito feliz!

-Ela esta feliz Presley!-ele a encarou, e ela sorriu.

-Sim, ela esta!

-Ela nasceu que horas mesmo?

-Tem no máximo trista minutos!-Peter disse sorrindo.

-E nos estamos aqui, sem deixar a Cris descansar!-Jaime se aproxima.

-Esta tudo bem!

-A proposito, feliz aniversario mano!-Tiara o abraçou de lado.

-Verdade, parabéns irmãozinho, belo presente de aniversario!

-Pois e, não e querendo me gabar, mas o meu presente foi o melhor de todos!-sorri.

-Certamente amor! E um presente inesquecível!

-Vamos ter que mudar a festa de dia!-Thaiti lamentou. Mas e por um bom motivo!

-Claro que não, por que mudariam de dia?-a questionei.

-Eu não vou a lugar nenhum hoje amor, vou ficar aqui, com vocês!

-Não precisa Peter...

-E claro que sim, eu vou ficar, amanha, depois, semana que vem comemoramos o meu aniversario, hoje não!-foi firme, e decidido.

-Obrigada por ficar aqui comigo!

-Não existe outro lugar no mundo onde eu mais adoraria estar!-beijou-me os lábios com carinho, me abraçando em seguida.

-Ao menos o bolo veio!-disse Eric em tom moderado entrando no quarto com uma torta nas mãos, nos fazendo sorrir.

Durante a noite depois que a maioria tinha ido embora, ficaram apenas os meus pais, e a Liz novamente, eles estavam me ajudando muito, e claro ajudando o Peter, que não sabia se babava a Cassidy, ou cuidava dos outros filhos.

-Ela e tão linda!-nossa menina se mexeu preguiçosamente em seus braços.

-Eu sou o homem mais feliz deste mundo Crystal, e eu devo isso a você!

-Eu devo a minha felicidade a você, sem você não teria passado por esta experiencia maravilhosa, e indescritível!

-Sem querer atrapalhar o casal, mas vamos tomar um banho, você já pode se levantar!-minha amiga olhou no relógio. Aproveitar por que já esta quase na hora dela acordar para mamar de novo!

-Vamos sim, eu estou necessitada!-sorri, porem a nossa filha começou a resmungar nos braços do pai.

-Acho que você vai ter que esperar mais um pouco amor!-sorrimos, e ele veio ao meu encontro com ela nos braços.

-Fazer o que? Você poderia ir enchendo a banheira para mim?

-Claro!-me acomodei melhor na cama oferecendo o meu seio para ela.

-Esta vai ser gulosa, acordou mais de meia hora antes da próxima mamada.-minha amiga sentou ao meu lado na cama.

-Já vi que não vou dormir!-sorri, vi a porta se abrir, e o meu pai entrando com o Dylan nos braços, e a Ari a tira colo.

-Filha, tem como ficar com o Dy? Eu vou com a Ari no mercado comprar algumas coisas que a sua mãe pediu para o jantar.

-Claro papai, coloque-o aqui na cama ao meu lado.-meu pai o colocou, porem, ele começou a chorar querendo o avô, que o beijou, e saiu em seguida com o coração partido, pelo o que conheço do palmitão.

-Do que esta rindo?-minha amiga me encarou.-já com o meu filho em seus braços.

-Me lembrei de um apelido que chamava o papai assim que o conheci!

-Qual?

-Palmitão!-gargalhamos.

-Serio?

-Seríssimo! Mas eu sempre gostei dele, só o achava muito branco, mas enfim, coisa de criança. Na realidade, eu sempre amei o meu pai, mesmo ele não sendo o meu pai de verdade!

-Ele e um bom homem!

-O meu pai e maravilhoso!

Ficamos conversando um pouco, e quando a minha filha se satisfez com um seio, eu lhe ofereci o outro. A Liz tinha colocado o Dy, na cama já que a minha mãe tinha chamado ela por um minuto na cozinha, e o Peter pela demora, tinha ido com o meu pai. Ele me olhava bastante curioso, entortava a cabecinha, e arqueava a sobrancelha curioso, que nem o pai.

-O que foi meu amor, esta olhando a mamãe dar de mama a sua irma?

-Mama!-ele repetiu sorrindo.

-Sim, ela esta mamando!

-Mama, eeee!-bateu as mãozinhas me fazendo sorrir.

-Você quer mamar também?-ele apenas sorriu. Vou pedir a tia para fazer!-ele se inclinou para frente e veio engatinhando em minha direção, se apoiando em minha coxa ficando de joelhos na cama, ele simplesmente abocanhou o meu seio que estava descoberto, já que eu iria para o banho em seguida, e foi matar a sua fome. Confesso que de inicio eu me assustei, e pensei em retira-lo, mas ele estava de olhinhos fechados, e apreciando a boquinha que estava fazendo por ali.

-Cris, eu trouxe um suco para você, deve estar faminta! -ela parou na porta nos encarando. Mas...

-Ele estava com fome, e decidiu fazer uma boquinha!-sorri. Pensei em tirar, mas...

-Não tire, ele não teve este contato, esta experiencia quando bebezinho, e se ele esta mamando e por que gostou! E outra, não vai prejudicar a ninguém, nem a ele, nem a você, e muito menos a Cass!-olhei para ele que estava super distraído com o meu seio.

-Em momento algum, eu pensei que ele poderia simplesmente querer se alimentar em meu seio.

-Acredite, isso vai estreitar ainda mais o relacionamento de vocês!

A minha pequena largou o seio completamente saciada, e a minha amiga a pegou para faze-la arrotar, e eu dei a minha total atenção ao meu menininho, que ainda estava mamando calmamente, como se quele alimento sempre fosse dele, e agora ele estava dividindo com a irma.
Os meus olhos marejaram, ao ver o seu suspiro enquanto mamava, deveria estar muito bom por ali. Eu sei que por aqui estava, eu estava radiante, estava muito feliz, e este dia não poderia estar melhor.
Eu o troquei de seio quando ele parou de mamar e encarou o meu seio confuso, falando "Mama" provavelmente o fluxo de leite naquele seio, já era pouco para ele. Alguns minutinhos depois, o Peter, retornou ao quarto, e parou na porta ao me ver amamentar o nosso filho.

-O que... Ele esta mamando?-estava com uma linda cara de espanto.

-Ele estava com fome, e decidiu que não iria esperar a mamadeira!-ele sentou na cama ao nosso lado.

-Hey carinha, este mama e da sua irma, sabia?-nos sorrimos, quando ele disse não com o dedinho sem soltar o meu seio. Cara de pau!

-Deixa ele, faz bem para todos, e a quantidade de leite que esta vaca tem, não fara falta para a Cass!

-Vaca e você!

-Vocês podem parar de se elogiar na frente dos meus filhos?-sorrimos.

Depois que o meu menininho adormeceu em meu seio, pedi que o Peter o levasse para a sua cama, enquanto a minha mãe trocaria os lençóis. E enfim, fui tomar o meu banho, estava necessitada de um tempinho apenas para mim.
Depois de trocada, enfim eu comi algo, ele jantaram na sala de jantar, e o meu amor trouxe o meu jantar no quarto já que eu ainda me sentia bastante cansada. Nada como uma comidinha preparada pela mamãe para se sentir melhor. Alias, não tem nada melhor.
Depois do jantar a Liz foi embora, e após dar banho nas crianças, os meus pais também se recolheram no quarto da Ari, que tinha uma cama dupla, e ela iria dormir no quarto do Dy, onde tinha uma cama auxiliar, mas no momento, todos estavam na cama da mamãe, e do papai.

-Mamãe.-chamou-me baixinho, quase em um sussurro, acho que para não acordar os irmãos que dormiam.

-Oi meu amor.-respondi no mesmo tom.

-Estou muito feliz pela chegada da Cass!

-Eu também estou muito feliz por ter todos vocês!

-Ela e tão linda, tão linda quanto a você!

-Minha princesa, desculpa, mas não existe meninas mais bonitas do vocês duas!

-A cada dia que passa, eu agradeço mais ao papai do céu por ter me dado uma mamãe tão "maravilinda" quanto você!-vi os seus olhinhos brilharem, e senti os meus formarem uma cachoeira.

-Você e o anjo que Deus, colocou em minha vida para me proteger, e cuidar de mim minha filha, eu não sei, não consigo imaginar a minha vida como seria, se você não tivesse comigo! Você e o amor da minha vida minha filha!-a abracei com cuidado, já que a Cassidy, e o Dylan, estava entre nos duas.

-Te amo mamãe!

-Te amo meu anjo!


Ela se deitou novamente em seu lugar, e logo em seguida o Peter, entrou no quarto, apagando a luz, e se deitando ao seu lado, onde ela o abraçou forte, dizendo que amava o pai, e que ele era o melhor pai do mundo. E depois de trocarem algumas palavras carinhosas de pai, e filha, ela acabou se rendendo ao sono em seus braços.

-Precisamos comprar uma cama nova!-sorri em uma extremidade da cama, olhando para o Peter, que ainda estava abraçado a nossa filha adormecida na outra extremidade.

-Eu discordo, gosto de ficar assim, bem proximo as pessoas que eu amo!-olhamos para as crianças, e todos dormiam calmamente.

-Assumo que também gosto muito! Vem aqui um pouquinho?

Ele se levantou, e eu me levantei em seguida com a sua ajuda, colocando alguns travesseiros para proteger os nossos filhos, e seguimos ate a janela, na qual ele abriu uma pequena fresta. Ele colocou uma cadeira que tinha no quarto em frente a mesma, se sentando, e me fazendo sentar em seu colo. Senti um beijo estalado em meu rosto, e a sua mão acariciar a minha mão, a levando ate os seus lábios onde ele a beijou.

-Obrigado! Obrigado por voltar para a minha vida, obrigado por me dar a chance de te fazer feliz, por me fazer feliz, me fazer o homem mais feliz do mundo, me dando uma linda família, uma mulher maravilhosa, e filhos lindos! Obrigado pelo seu despertar ao meu lado, adormecer ao meu lado, viver ao meu lado. Sei que não sou fácil de lidar, mas aos poucos fomos nos acostumando um ao outro, e hoje eu não me vejo longe de ti. Não me vejo longe de tudo o que você me deu!-senti as lagrimas escorrerem pelos meus olhos. Eu te amo minha doce Crystal.

-Eu te amo meu adorado Peter. Eu sou grata por tudo o que passei nesta vida, tanto as coisas boas, como as ruins, e eu passaria, e enfrentaria tudo novamente, se fosse para ficar ao seu lado, se eu soubesse que no final de tudo o que passei, você estaria la, você estaria me olhando com carinho, com amor, com os olhos curiosos que me encantaram a dezessete anos atras, no casamento dos meus pais!-ele sorriu, beijando o meu ombro. Jamais me esquecerei dos seus olhos, e do seu sorriso. Agradeço a Deus, por te-los somente para mim!

"Há males que vem para o bem!" Eu acho que nunca, um ditado se encaixou tão perfeitamente na vida de alguém, como na minha. Todos os males que passei ate hoje, me trouxeram a melhor coisa da minha vida, na realidade, as melhores coisas da minha vida, e como eu disse acima, passaria tudo de novo, se no final das contas eu estivesse exatamente aqui, com um homem maravilhoso, e com os filhos maravilhosos que Deus me deu.
Eu recebi muitas chances em minha vida. Recebi a chance de desistir de tudo, de morrer, de sorrir, de viver, de respirar no dia seguinte. Recebi a chance de ajudar a Deus, a dar a ,luz a uma vida, recebi uma segunda vida, e recebi a chance de dar uma segunda chance a outra vida. Recebi o poder de amar incondicionalmente, recebi a chance de sorrir ao lado de quem amo, recebi a chance de chorar por coisas boas e ruins. Recebi a chance de escolher entre o bem, e o mal, recebi a chance de amar novamente, o que nunca deixou de ser amado, e recebi a chance de abrir os os meus olhos todas as manhas. Mas a melhor chance que eu recebi, foi a de ser feliz novamente.

Não, você não eu errado, este e o ultimo capitulo da fic, preferi pega-las de surpresa sem dar nenhum aviso prévio, foi melhor assim, acreditem.
Ainda tem o Epilogo que eu pretendo postar em breve, e preencher algumas lacunas que eu sei que ficaram. Enfim, obrigada a todas, e ate o epilogo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Reencontro. cap 62



Parte Peter

Tínhamos marcado um almoço na semana seguinte em um restaurante, eu, a Cris, e a Mariah. Confesso que não tenho ideia de como sera este reencontro, mas espero que que seja o mais tranquilo possível.
Tínhamos chegado primeiro, eu sai do estúdio, e passei em casa para busca-la, deixamos as crianças com a Jaime, e seguimos para o restaurante. Eu tinha pedido um vinho, e ela um suco, estávamos de mão dadas, sentados lado a lado apenas esperando que ela chegasse.

-Esta tudo bem?-questionou-me.

-Sim, por que?

-Esta com a mão suada, parece nervoso! Ou ate mesmo, ansioso.

-Esta tudo bem!-soltei a sua mão a passando em minha calça. Sabe como e, não tivemos uma despedida muito legal, da ultima vez que a vi ela tinha acabado de me ameaçar com uma faça de pão, e virado a mão na minha cara, vai que ela queira fazer o mesmo hoje!?-sorriu.

-Já disse que ela não faria, esta tudo bem, acho ate que ela te perdoou por tudo o que aconteceu.

-Tomara que ela haja civilizadamente!

-Ela vai! E por falar nela...

Olhei em direção a porta, me deparei com uma mulher, uma mulher diferente, adulta, decidida, e linda. Ela permanecia loira, com um corpo lindo, corpo este que sempre teve, corpo que sempre atraiu todos os olhares da escola. Ela sorriu quando nos viu, e pela primeira vez depois desde que reencontrei a Crystal, senti o eu coração acelerar, sera que ela ainda guarda ressentimentos? O seu sorriso ainda era muito lindo.
Assumo, a Mariah era uma adolescente muito bonita, e virou uma mulher muito bonita também, porem, não mais do que a minha mulher.

-Cris, como vai?-elas se abraçaram.

-Bem, e você?

-Ótima! Como vai o bebe?-acariciou a sua barriga. E as crianças?

-Estamos todos ótimos. -por um momento me senti completamente excluso, ate que ela virou a sua atenção para mim.

-Peter!-sorriu.

-Mariah, quanto tempo! Como vai?-estiquei a mão para ela em forma de cumprimento.

-Estou bem, obrigada!-me cumprimentou. E você?

-Ótimo, melhor impossível!

-Nota-se, você esta realmente ótimo!

-Obrigado, você também!

-Qual e gente, para que toda esta formalidade, ate parece que não se conhecem a quase vinte anos! Cade o abraço?

Nos encaramos, ela respirou fundo relaxando os ombros, e esticando os braços para um abraço no qual eu retribui. Desconfortável. Talvez esta seja a palavra correta para o que eu estava sentindo no momento, desconforto de estar no mesmo ambiente que as duas, me sinto estranho. A Crystal, e a mulher que eu amo, e a mãe dos meus filhos. E a Mariah, e a melhor amiga da minha mulher, mas que um dia foi a minha namorada, mesmo que eu não tenha sentido nada por ela, e eu fui o seu primeiro homem também.
Nos sentamos, e ela pediu um suco para acompanhar a Cris, enquanto eu permaneci com o meu vinho, estava precisando relaxar. Na realidade, necessitando. Pedimos o jantar, e o assunto fluiu bem, normalmente na realidade, o clima estava legal, e ate então, ela não demonstrava nenhuma desejo de me matar.

-Não e que você conseguiu tudo o que sempre desejou Peter?-ela me encarou, e eu apenas sorri colocando a minha taça de vinho na mesa.

-Verdade, eu consegui exatamente tudo o que sempre desejei!-envolvi os ombros da Cris, com o meu braço. Não só na vida profissional, mas na pessoal também!

-Verdade, vocês dois formaram uma família linda! Eu conheci a filha mais velha de vocês, e um encanto!

-A Ariel e a minha princesa, e eu morro de ciumes das minhas meninas!

-Tem que sentir ciumes mesmo!-sorriu.

-E você, o que fez depois que saiu de Honolulu?

-Estudei, estudei, estudei, me diverti, namorei, estudei. -sorrimos. Enfim, vivi muito! Casei, mas decidi não ter filhos, justamente para não dar problemas na hora de separar!

-Você já se casou pensando na hora de se separar?-a Cris a encarou sorrindo.

-Claro meu bem, eu acho que não nasci para me prender a ninguém. Não sei se conseguiria viver uma vida assim como a de vocês!

-Pois eu não me vejo de outra forma, e nem com outra pessoa!-afirmei a encarando seriamente.

-Vocês se combinam, sempre achei isso!

-Sempre...-Cris pigarreou, se mexendo desconfortavelmente, mas se calando em seguida.

-Sempre?-a incentivei.

-Nada, pensei alto demais!-sorriu.

-Sempre achei... Mas aceitei namorar com o Peter, não era isso?-ela a encarou, e por um minuto eu senti a tensão naquela mesa ir as alturas.

-Isso e passado...

-O Peter era um dos meninos mais desejados daquela escola, e você sabia disso! Não e a toa que ficou encantada por ele logo de cara!-sorriram. Eu assumo que sempre gostei dele, me fazia de durona por puro charme, por isso que não pensei duas vezes em beija-lo, mesmo sentindo que você nutria sentimentos por ele. Eu sinto muito, foi coisa de criança, e me arrependo de ter aceitado o beijo dele, sabendo que você sentia algo por ele.

-Isso já e passado! Na realidade, eu acho que e um assunto bastante desnecessário.

Lembra daquele incomodo do incio? Ele estava ainda maior agora. A minha vontade era pegar a minha mulher e simplesmente ir embora, não gosto de ficar remexendo o passado, e ainda mais desta forma, cheia de alfinetadas que nem ela esta fazendo.

-Sem duvidas e passado, ate por que, a minha amizade pela Cris, não mudou em nada, ela ainda e a minha melhor amiga.-esticou a mão para ela sobre a mesa.

-Sem duvidas, este assunto morreu a anos atras. Por falar em morrer, vocês me dão licença, mas eu to morrendo de vontade de ir ate o toalete! Sabe como e gravida, menos espaço...-sorrimos.

-Quer que eu vá com você?-ela se ofereceu.

-Não precisa, vão colocando o papo em dia!-sorriu já se afastando.-nos encaramos, e eu não tinha o que falar para ela, depois de tanto tempo, eu não tinha o que dizer. Já ela...

-Você conseguiu ficar ainda mais lindo do que antes!-me encarou, e eu me mexi desconfortavel. Esta muito sexy Peter!

-Obrigado!-sorri de canto. Você esta muito bem também!

-Obrigada! Você parece tenso!

-Só desconfortavel!

-Por que?

-Não me sinto bem em estar aqui com você!

-Por que, não te fiz nada! Você que fez comigo! Você que cuspiu um monte de coisas para mim quando nos separamos! Eu que deveria estar desconfortavel. Ou e remorso por tudo o que disse para mim?

-Não tenho remorso! Eu realmente não gostava de você como uma namorada!

-Mas não precisava ter jogado na minha cara como fez!

-Eu sempre amei a Crystal, sempre foi ela, você foi... Uma aposta!-a encarei, e eu vi o seu semblante mudar, e ela apertou a mão em punho sobre a mesa.

-Você...-sorriu. Você continua mal quando quer!

-Continuo!

-Isso e excitante!

-Como você diz isso para mim, e se diz amiga da minha mulher?

-Não fiz nada de mais!-sorriu novamente, e eu a encarei perplexo.

-Por uma péssima ironia do destino, você apareceu na nossa vida.

-Não me trate como a moça má da historia, foi você que não pensou em mim a anos atras, e me magoou profundamente...

-E o que você quer agora, se vingar?

-Não, claro que não! Eu quero deixar tudo aquilo para trás, de verdade, seguir em frente! Eu adoro a Cris, ela e realmente uma pessoa maravilhosa, e por mim continua sendo a minha melhor amiga!

-E por que esta falando estas coisas para mim?

-Que você e sexy, e excitante? Oras Peter, não se faça de santo, eu sei que ouvi isso com frequência das suas fãs, deve estar acostumado. Foi apenas um elogio.

-O que você quer?

-O que eu quero? Quero retomar os meus amigos!

-Tem certeza de que e só isso?

-O que mais seria?-sorriu.

-Voltei, desculpa a demora, estava cheio!-sentou ao nosso lado.

-Amor precisamos ir, o Phil me ligou, e eu preciso resolver um assunto sobre a gravadora com ele!

-Ligou?-ela nos encarou.

-Ligou, você estava distraída! Vamos?

-Nem comi a sobremesa Peter!

-Eu sei, desculpa!-entortei os lábios.

-Eu a levo para casa se for este o problema Peter!

-Não precisa, eu trouxe a minha mulher, eu levo!

-Por que isso Peter, por que eu não posso ficar?

-Não e isso amor, você pode, e que eu pensei que você iria querer pegar as crianças!

-Verdade! Já faz mais de três horas que estamos aqui!-olhou no relógio. Precisamos realmente ir Mariah, não gosto de deixar os meus filhos por muito tempo!-sorriu, e eu respirei aliviado.

-Imagina Cris. Foi um prazer revê-los!

-O prazer foi nosso, não e amor?

-Claro! Foi um prazer!-disse com cara de poucos amigos, sorte que ela não reparou.

-Nos faça uma visita amiga, o nosso endereço esta na ficha de matricula da Ari!-

-Claro! Cris, a proposito, eu elogiei o seu marido, mas acho que ele ficou sem jeito!

-Como?-me encarou.

-Eu disse que ele estava sexy, e muito excitante, acho que não falei mentira. -ela e louca? E outra, ele deve ouvir isso todos os dias das fãs, acho que não se incomoda com isso, não e?- a Cris, me olhou e sorriu.

-Nem um pouco, o MEU marido e sexy, e muito excitante, e eu fico feliz, por que é somente MEU!-sorriram.

-E assim que se fala!

Elas se cumprimentaram, e na nossa vez ela me abraçou forte, não dissemos nada, apenas correspondi ao seu abraço, beijando a sua cabeça em seguida. Acho que no final das contas, eu a subestimei.
Saímos do restaurante, abri a porta para a Cris, e depois de acomodados, seguimos para a casa da minha irma. Durante todo os caminho, ela parecia empolgada, realmente feliz por ter reencontrado a amiga, eu assumo que também estava feliz por tudo ter acabado bem, quem sabe não podemos voltar a ser amigos?
 Ela ate pode ser inofensiva, e estar realmente muito feliz em nos ver novamente, estou feliz por ela, só não quero que ela estrague a minha relação com a Cris, tente se meter, ou qualquer outra coisa mediante ao que aconteceu no passado.

07 de outubro de 2015

Depois de muita conversa, enfim estávamos morando na mesma casa. Não foi uma decisão mutua, na realidade foi somente minha, senti que de inicio ela não gostou muito, mas acho que agora, depois de quatro semanas em baixo do mesmo teto, ela já esta mais acostumada a ter o Ge correndo pela casa, e acordar ao meu lado todos os dias. Ao menos ela acorda sorrindo. Isso deve ser um bom sinal.

Ainda no inicio do mês de setembro enfim, o seu divorcio saiu, fomos ate o escritório do advogado do insuportável ex marido dela, não queria, e não iria deixa-la ir sozinha. Confesso que a minha vontade era de encher a cara aquele babaca de porrada, só de lembrar do que ele tinha nos falado no dia do casamento da Liz, mas me controlei, e ele fez o favor de não fazer nenhuma provocação. Agora a Cris e enfim uma mulher livre daquele encosto.

Estávamos no carro indo ate o centro social, pois recebemos mais uma noticia boa, enfim, depois de muito tempo, e de uma audiência bem tranquila por sinal, a duas semanas atras, a Cris enfim tinha recebido a noticia que tanto almejou, ela conseguiu a guarda definitiva da Ariel. Pense em uma pessoa feliz! Ela estava mil vezes mais, e já era de se esperar.
Ao final da audiência, eu conversei com a assistente social sobre colocar o meu nome na certidão de nascimento da Ariel, deixei as copias da minha documentação, esperando que desse tudo certo. Bom, ninguém ligou, ate hoje, apenas marcaram esta data para ir buscar o registro. Acho que não teria uma melhor data para isso acontecer. Na realidade ate teria, amanha, mas enfim, e um maravilhosos presente de aniversario de qualquer forma.
Por falar em aniversario, os meus irmãos inventaram de fazer algo na minha casa amanha. A ideia inicial era na casa da Cris, mas la não iria suportar tanta gente, por isso sera por la mesmo. O meu único receio e a Cris, ela já entrou no nono mês de gestação, e o nosso bebe poderá nascer a qualquer momento. Isso esmo, nosso bebe, ainda não sabemos o sexo, os meus filhos gostam de me ver doido desde antes do nascimento. Montamos um quarto de cores neutras, e quando nascesse, daríamos um toque mais característico.

-Vamos?-olhei para ela quando estacionamos em frente ao centro social, para onde a certidão foi enviada.

-Estou nervosa!-respirou fundo.

-Por que?-a encarei sorrindo.

-Vai acontecer de verdade, ela vai ser minha filha de fato, de papel passado.

-E isso não e bom?

-E maravilhoso Peter! Eu só quero ser o melhor para ela.

-Você já e meu amor!-ela me olhou e sorriu.

-Vamos!

-Aqui e onde eu morei mamãe?

-E sim meu anjinho!

-Você veio me deixar aqui?-pareceu ficar assustada.

-Claro que não minha filha!-ela a encarou surpresa. Eu jamais faria isso!

-Estamos aqui por outro motivo, um motivo muito bom.-acariciei o seu rosto.

-Viemos aqui para uma mera formalidade, pegar um papel que prove que você e minha filha, sendo que todo mundo sabe que não precisa deste papel para provar absolutamente nada, por que você e a minha menininha, desde o dia em que te vi pela primeira vez.

Minhas meninas se abraçaram me deixando sem palavras. O que a Cris disse tinha todo o sentido, era uma mera formalidade, por que esta mais do que na cara o amor de mãe e filha, que existe entre as duas.
Saímos do carro e seguimos para o interior do centro social. O Dylan, estava um pouco inquieto, queria ficar no colo da Cris, mas eu não queria que ela pegasse peso por causa da barriga, mas não adianta falar, ela e teimosa, e ele e turrão, e ela acabou o pegando no colo. Se fossem mãe e filho de verdade, não iriam se parecer tanto!

-Bom dia!-a assistente social nos encarou sorrindo. Como vai dona Crystal, senhor Mars?

-Estou bem, e a senhora?

-Bem também, só estou ansiosa!

-Não fique, eu tenho bem aqui o que a senhora deseja!-pegou em envelope em sua mesa, e entregou a Cris.

Ela se afastou alguns passos, ainda com o Dy em seu colo, e abriu o envelope. Correu os olhos pelo papel, e logo as primeiras lagrimas rolaram em seus olhos. Me senti profundamente emocionado, ao vê-la tão feliz, e comovida. É nestas horas que eu sinto que a sua felicidade e a minha.
Ela elevou os olhos, e ao me encarar ela sorriu em meio as suas lagrimas.

-Peter, você... Como?-sorriu ainda mais.

-Eu sou o pai dela, não sou?

-Sim!

-Por que esta chorando mamãe?

-Este e um momento muito especial para mim minha filha! Para mim, e para o seu pai! Obrigada por tudo! -apenas sibilou.

-Eu amo você!-disse da mesma forma, e ela se aproximou nos abraçando.

Agora a minha linda filha se chama Ariel Medeiros Hernandez, e eu estou muito mais do que feliz, estou completamente realizado.
Retornamos para a nossa casa no final da tarde, depois de passarmos na casa da Jaime, a Cris fez questão de perguntar se ela queria ajuda em alguma coisa. Até parece que com a barriga do tamanho que ela está, iria conseguir ajudar em alguma coisa.
Quando chegamos em casa, ela foi direto tomar um banho, pois estava reclamando de um pouco de dores nas pernas, e nas costas, e eu pedi o nosso jantar, para que ela ainda não fosse para a cozinha. Depois do pedido feito, eu fui para o quarto, depois de deixar as crianças brincando na sala, e quando cheguei no banheiro, ela estava fazendo uma careta de dor.

-Esta tudo bem meu amor?

-Estou começando a sentir um pouco de cólicas!

-Sera que...

-Calma, ainda não e nada, são apenas cólicas bobas, o bebe esta terminando de se encaixar!

-Sera que ele nasce ainda esta semana?-me aproximei acariciando a sua barriga.

-Pode ser, quem sabe? Vai que ele decida nascer amanha?-ela sorriu também acariciando a sua barriga.

-Já pensou, eu acho que seria o homem mais feliz deste mundo.

-O mais convencido deste mundo certamente seria!-sorrimos.

-Também!-sorrimos. Voçe esta tão linda com esta barriga amor?

-Obrigada! Também acho que estou muito bem gravida. Mesmo me parecendo uma tenda de circo as vezes!-sorrimos.

Fiquei por um tempinho com ela ate a nossa campainha tocar, a deixei saindo da banheira, e fui ate a porta receber o entregador, dei mais uma olhada nas crianças depois de deixar tudo na cozinha. Ela me encontrou na sala de jantar onde servimos a comida, e desfrutamos de uma refeição em família.

§

Eu já tinha colocado a Ari, para dormir, depois dela dar banho nos dois juntos em nossa banheira. Deixei ela ninando o Dy, em nossa cama, enquanto eu fui tomar banho. Quando sai do banho, ela estava sentada na cama com uma das mãos nas costas, e fazendo uma careta de muita dor.

-Crystal, o que houve?-me aproximei dela.

-Esta tudo bem!-respirou fundo de olhos fechados.

-Não quer ir ao medico?

-Não, esta tudo bem, relaxa!

-Tem certeza?

-Sim! Coloque o Dylan no quarto dele por favor!

Beijei a sua testa, e em seguida peguei o Dy, no colo saindo com ele em seguida. Estava preocupado com ela, e queria muito que ela fosse ao medico, mas se ela não queria, o negocio era fazer a sua vontade, afinal, e ela quem e a obstetra.
Depois de deixar o Dylan no quarto, dei um beijo na Ari, que dormia profundamente, e voltei para o nosso quarto, e a encontrei deitada de barriga para cima com o braço sobre a testa, e de olhos fechados. Me deitei ao seu lado apagando as luzes, e acariciei a sua barriga devagar a fazendo respirar fundo.

-Eu sei que esta proximo meu amor, e acredite, eu quero muito te conhecer, ver o seu rostinho, e sentir o seu cheirinho de bebe. Estou muito ansioso, mas por favor, venha no seu tempo, e não me faça ter um treco antes da hora!-sorrimos.

-Esta tudo bem Peter. Acho que vai nascer esta semana ainda!

-Sera?-beijei a sua barriga, e ela estranhamente,não mexeu. Esta tão quietinho.-a acariciei.

-E assim mesmo! Vamos dormir, quero muito descansar.

-Claro!

Me ajeitei na cama, a fazendo se deitar sobre o meu braço, e fiquei fazendo cafune ate que ela adormecesse.

Parte Cris

Acordei na madrugada pela quarta vez, sentindo uma pontada forte nas costas, me sentei na cama com cautela, e respirei fundo tentando pegar o máximo de ar possível. Me levantei devagar acariciando a minha barriga, e fui ate a janela a abrindo um pouco, para pegar uma corrente de ar puro. Eu sentia que o meu bebe estava a caminho, e com a minha experiencia de 6 anos como obstetra, eu sinto que ele não iria nascer esta semana, ele iria nascer ainda hoje. A minha barriga estava baixa, as minhas pernas inchadas, e as cólicas que estava sentindo desde ontem a noite, na realidade já eram as minha primeiras contrações, e eu só não contei ao Peter, para que ele não entrasse em pânico.
Peguei o meu celular, fui para o banheiro, enchi a banheira, retirando toda a minha roupa, e entrei na mesma em seguida. Me acomodei da melhor forma possível ficando recostada, sem fazer pressão no canal vaginal. Olhei no celular, e marcava exatamente cinco e cinquenta e três, e mesmo não sendo um horário muito apropriado, eu decidi ligar para a minha mãe, mas antes mesmo de discar o seu numero, senti uma nova contração. Segurei nas bordas da banheira, e deixei a dor me consumir. Foram segundo que pareciam minutos, mas que no final das contas era so respirar, se concentrar, e deixar rolar, era a melhor coisa a se fazer.

-Alo!

-Cris?-parecia muito sonolenta.

-Mamãe, desculpa pela hora, mas e que eu queria muito que a senhora viesse para a minha casa!-a minha voz estava arrastada, e cansada.

-Filha, esta tudo bem?

-Estou, e que as contrações começaram ontem a noite, e eu acho que vou ter o bebe ate o final da tarde!-sorri.

-Meus Deus! Cade o Peter?

-Esta dormindo, eu não o acordei...

-Por que?

-Por que ele estava preocupado comigo ontem, e eu nem vi a hora que ele dormiu. E alem do mais, hoje e o seu aniversario, deixa ele dormir um pouco mais, daqui a pouco eu vou necessitar dele!

-Tudo bem meu amor! Nossa ele vai ficar muito feliz!

-Tomara!

-Claro que vai! Eu estou indo meu amor, aguente firme!

-Eu vou! Mamãe?

-Sim!

-Por favor, ligue para a Liz, eu preciso dela aqui também!

-Claro que sim, eu ligo! Beijo, a mamãe te ama.

-Também te amo mamãe!

-Meu netinho ou netinha vai nascer, que emoção... -a ouvi dizer antes de desligar, acho que falava com o papai.

Coloquei o celular ao lado da banheira, e acariciei a minha barriga sabendo que em breve o meu tão sonhado, e esperado bebe estará em meus braços.

-A mamãe sonhou tanto com você, esperou tanto por este momento. Eu sempre quis ser mãe, sempre quis poder colocar no mundo um bebe, e não só os de outras mulheres. E você veio para realizar o meu tão esperado sonho, depois de tantas frustrações, eu só tenho a agradecer a Deus, e ao seu pai, por terem me dado você de presente. Não sei se vou ser uma boa mãe, a sua irma diz que eu sou a melhor mãe do mundo, e eu espero continuar assim para você, e para os seus irmãos.-fechei os olhos ao senti mais uma contração começar.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Surpresa agradável! cap 61



Hoje era dia 15 de Setembro de 2015, e eu já estava com oito meses de gestação. Como o tempo passa rápido.

Como eu tinha prometido a minha filha a alguns meses atras, hoje eu estava indo com ela ate uma escola de dança, iria matrácula-la em uma aula de hip hop, já que ela não queria fazer bale, ou dança contemporânea, pois ela gostava era de dançar musicas animadas. Okay, neste momento e ela quem manda.
Eu tinha recebido a indicação da Sam, ela disse que a sobrinha dela tinha feito aula de dança nesta escola, e a professora era muito boa e dedicada ao alunos. E isso eu levava muito em conta, a dedicação as crianças.
A escola se chama "Escola de Dança Miss. Jones" Era bem proximo ao centro de Los Angeles, e isso era bom, pois era caminho da minha casa, da clinica, e da escola da Ari, isso iria facilitar muito a minha vida, seria simplesmente maravilhosos.
Chegamos a escola, e ela era muito bonita, eu fiz questão de conhecer os ambientes, e ficar a par de tudo. A recepcionista me disse que a Miss. Jones, trabalhava com 3 turmas ao dia, uma de manha outra a tarde, e outra no período da noite para adultos, e cada turma recebia aula 3 vezes por semana. Enfim, depois de conhecer as dependências do local, eu pedi para ver uma das aulas que estava acontecendo no momento, e logicamente ela me levou ate a sala de dança, onde estava acontecendo a aula do período da tarde.
Assim que ela abriu a porta da sala de dança, eu me vi diante de um monte de crianças de idade entre 3 e 8 anos mais ou menos, todas dançando com um lindo sorriso no rosto. E adivinhem a musica que estava tocando na sala? Sim, nae nae, isso parece um vicio entre as crianças, e todas dançavam animadamente, cada uma de sua maneira, mas estavam todas muito lindas.
Olhei em direção a professora, e parecia ser bastante profissional, paciente, e isso era muito importante para trabalhar com crianças. Ela estava de costas para os pequeninos, passando a coreografia que todas pareciam saber de co, e salteado.
Sabe aquela sensação de que conhece alguém, mas não esta realmente certo disso? Era exatamente o que eu estava sentindo ou olhar para a professora deles. Deveria ser coisa da minha cabeça.
Sorri quando vi a minha menina arriscando alguns passinhos de forma tímida ao meu lado.

-Muito bem meus lindos, vocês estavam ótimos!-ela sorriu abaixando a musica.

-Desculpa professora, tenho a mãe de uma possível aluna que pediu para acompanhar a aula!

-Sem problemas Britany!-ela olhou em minha direção, e ficou seria imediatamente. Meu Deus!-se aproximou rapidamente, e a medida que ela se aproximava, eu sentia o meu peito acelerar.

-Não pode ser!-sorri.

-Crystal?-ela me encarou perplexa, quando estávamos a alguns passos uma da outra.

-Não acredito que e você!-sorri de orelha a orelha.

-Nem eu!-colocou as mãos no rosto. Minha amiga!-me abraçou forte.

-Mariah, quantos anos!-a abracei forte sentindo os meus olhos arderem. Eu não acredito que e você!
Me deixe te ver?-nos afastamos uns dois palmos uma da outra. Você esta linda!

-E você? Meus Deus, esta gravida!-acariciou a minha barriga, e mais uma vez me abraçou forte. Voçe esta tão linda!-me encarou novamente com os olhos marejados, enquanto eu já chorava.

-E olha você! Olha o seu corpo, esta perfeita!-sorrimos. Não tinha ideia que pudesse estar morando em Los Angeles!

-Pois e, me mudei de New York quando o meu pai morreu!

-Sinto muito!

-Pois e, esta tudo bem agora! Acho que precisamos conversar! Acontecei tantas coisas.

-Sim, e muito! Que coincidência, eu vim matricular a minha filha, queria saber mais sobre a escola e quem iria dar aulas para ela, mas agora não preciso saber de mais nada, vou matricula-la imediatamente!-sorrimos.

-Esta e sua filha?

-Sim!

-Mas ela e muito linda!-se abaixou a sua frente. Como você se chama meu anjinho?

-Ariel!

-Lindo nome! Você gosta de dançar?

-Sim, eu adoro dançar!

-Então vamos nos dar muito bem!

-Eu tenho certeza que sim! A Mariah, e uma amiga muito especial da mamãe meu amor, você vai gostar muito dela!

-Sim, ela vai! Nos precisamos conversar, colocar o papo em dia, e matar a saudade!-ela mais uma vez sorriu segurando em minhas mãos.

-Quando você puder!-disse ela olhou no relógio.

-Bom, eu terminei por aqui momentaneamente, só vou esperar os pais das crianças, e podemos tomar um cafe, o que acha?

-Tirando o cafe, e perfeito!

-Você gostava de cafe!

-Devido a gravidez ele me da enjoos agora!E uma lastima!-sorrimos.

Enquanto ela voltou a dar atenção as crianças, eu fui fazer a matricula da minha menina, agora muito mais segura em relação a qualquer coisa, afinal, a minha amiga de anos estaria com ela.
Nossa, e quase inacreditável, depois de anos eu encontrar a Mariah, do nada. Não tenho como explicar a minha felicidade, e algo maravilhoso. Acho que Peter vai ficar muito feliz quando souber. Sera?

Estava terminando de fazer a matricula da Ari nas aulas, quando a Mariah, apareceu ao meu lado ainda com um enorme sorriso nos lábios. Parecia um sonho reencontrar a minha amiga depois de tudo o que aconteceu. Tirando que ela estava linda. Não canso de falar isso, ela esta realmente linda.
Depois da matricula pronta, seguimos cada uma em seu carro ate um shopping proximo, onde tinha uma bela área de lazer para as crianças, só assim eu deixaria a Ari, por ali enquanto conversávamos.

-Nossa parece um sonho minha amiga!-ela se inclinou sobre a mesa de um cafe onde escolhemos para conversar, e segurou em minhas mãos.

-Nem me fale! Tenho tantas coisas para te contar, saudade para matar! Você esta tão mudada!-sorrimos

-Obrigada, mas nada comparado a você Cris, continua com o rosto de boneca! Gravida, nossa. Esta casada?

-Então!-soltei as suas mãos tomando um gole do meu suco, e ela sentou normalmente. Eu casei!-ela sorriu. Mas eu me separei!-ela ficou seria.

-Nossa, eu sinto muito!

-Não sinta, foi a melhor coisa que já fiz na vida!-sorrimos.

-Então esta no lucro!

-Sim!

-Mas ele vai assumir os filhos não é?

-Nenhum dos dois e filho dele!

-Como assim? Safadinha!-gargalhamos.

-Não e nada disso! A Ariel e adotada!

-Jura?

-Sim, foi a melhor decisão que eu fiz na minha vida, depois que ela veio, tudo mudou, tudo ficou mais bonito, e cheio de cor, ela e um anjo que entrou em minha vida!

-Que lindo! Me deu ate vontade de ter filhos!-sorrimos.Mas e o bebe da sua barriga?

-E do Peter!

-Mentira!-me encarou seriamente. Não acredito que no final, vocês ficaram juntos mesmo?

-Ficamos, e eu estou na fase mais feliz da minha vida!

-E eu estou muito feliz por você!-mais uma vez segurou em minhas mãos, e eu me senti como a anos atras, estava me sentindo mais do que completa, com a minha amiga de infância de volta a minha vida. mas me conte, como isso aconteceu, por que quando sai do Hawaii, a amizade de vocês estava meio mexida, não estava?

-Sim, estava, e como estava!

Conversamos bastante, contei a ela tudo o que aconteceu desde que ela foi embora do Hawaii. A minha primeira vez com o Peter, quando ele foi embora do Hawaii, do que aconteceu meses depois resultando na minha paralisia, como conheci o Rafa, casamos, enfim, contei tudo, ate o presente momento, ate sobre o Dylan, nos conversamos. Sorrimos muito, e choramos juntas.
Ela me disse que estudou dramaturgia, mas se envolveu com a dança que se tornou o seu grande amor. Disse que também tinha casado, mas não foi feliz no casamento, e decidiu se separar. Disse que não teve filhos, mas por pura opção, e por isso resolveu trabalhar com crianças, que esta feliz profissionalmente, e na vida amorosa ela esta bem como esta. Solteira.
Se eu acho que ela pode ser uma possível ameaça ao meu relacionamento com o Peter, já que eles foram namorados na adolescência? Não, eu acho que aquilo foi coisa de adolescente, e acho que estamos muito felizes para deixar alguém se meter na nossa felicidade.

Depois de passar quase duas horas conversando com a minha amiga, trocamos telefones, e nos despedimos, já que ela disse que tinha um compromisso inadiável na escola de dança com alguns pais de alunos. Marcamos de que assim que possível, marcaríamos uma nova saída, mas desta vez na companhoa do Peter, para matarmos as saudades, e colocar uma pedra definitiva, no que aconteceu quando eles se separaram. Não, esta ideia não foi dela, e sim, minha, já que quando ela foi embora, eles não estavam se falando, e agora acho que eles estão grandinhos, e são adultos suficiente para deixar aquilo para trás. Ela demonstrou ainda sentir um pouco de "rancor" em relação, então, para deixar tudo as claras, por que não uma conversa?

Cheguei em casa e apos colocar a Ari, para o banho-já que estava precisando depois de tanto brincar-, eu tomei o meu, e decidi ir para a cozinha fazer o jantar, queria fazer algo legal, afinal ontem a noite o Peter, e eu tivemos um desentendimento, mais uma vez ele tocou no assunto morar juntos. Definitivamente e um assunto no qual eu não vejo necessidade ainda, eu estou amando esta liberdade de te-lo aqui um dia, no outro não, não ter o compromisso de fazer tudo regrado para agradar a outra pessoa, e fazer isso apenas quando der vontade. Não que isso seja uma regra, eu faço as minhas coisas quando eu quero, mas com ele em casa, eu acho que me obrigo a ter um cuidado maior, não só com ele, mas para com o Dylan, principalmente.
Já estava terminando de fazer o jantar, decidi por uma lasanha que ele adorava, e tinha me dado vontade de comer. O Peter, tinha ligado dizendo que já estava chegando, e enquanto ele não chegava, eu colocava a mesa. Tinha terminado de colocar o ultimo prato, quando ouvi a porta se abrir, sorri indo para a sala, porem o meu sorriso murchou imediatamente.

-O que...-a minha consternação foi tanta, que eu fiquei sem fala.

Ele tinha chegado em casa parecendo um retirante, tinha a cadeirinha do Dylan em uma mão, uma mala com rosinhas na outra, uma mala de alça em um dos ombros, o violão no outro ombro, e quando eu pensei que tinha acabado, e ia enfim falar algo...

-Vem Gê!-o Geronimo entrou com tudo dentro da sala, vindo em minha direção apos a sua autorização.

-Calma garoto!-coloquei as mãos na frente pensando que ele ia pular, mas somente roçou em minhas pernas abanando o seu rabo demonstrando toda a sua felicidade.

-GÊ!-Ari apareceu no corredor, e ele foi brincar com ela.

-Peter...

-Ainda tem mais umas duas malas, espera ai!-colocou as coisas no chão, e eu peguei o Dylan no colo.

-O seu pai, ele... Meu Deus!-respirei fundo.

Sabe quando você sente vontade de jogar tudo para o alto? Então a minha vontade era jogar todas as malas dele la fora, jogar tudo no quintar. Mas isso só ficou na vontade mesmo, pois eu me sentei no sofá acomodando da forma que conseguia o Dylan na minha coxa, já que a minha barriga não estava ajudando muito, e esperei ele terminar de fazer a sua mudança. Não e por nada, mas o Peter e acostumado com uma casa enorme, o Ge, e acostumado a ter um enorme quintal para correr, e se sentir livre, como que eles vãos e acostumar a uma casa pequena, que quase não se tem mais espaço?

Ele entrou com as duas ultimas malas, as deixando no canto da sala, e sentando ao meu lado.

-Olha amor, eu sei que...

-Vamos jantar?-o cortei, me levantando em seguida com o Dy nos braços.

-Cris!

-Você trouxe a ração do Ge?-perguntei saindo da sala, apos colocar o Dy no chão onde já tinha deixado alguns brinquedos para ele.

-Trouxe! Posso falar?

-O que você quer falar?-o encarei.

-Eu sei que você deve estar aborrecida Cris, mas veja pelo meu lado, eu fico preocupado em estar la, você aqui e se acontecer alguma coisa, e não tiver ninguém para te ajudar?

-Você esta me ouvindo falar alguma coisa? Eu reclamei quando você estrou de mala, cuia, e componentes dentro de casa? Acho que não-disse completamente controlada.

-E por que você esta me tratando assim? Fria, e me cortando quando vou falar?-respirei fundo passando as  mãos no rosto.

-Peter, vamos jantar?-o encarei novamente.

-Mamãe, eu to com fome!-a Ari entra na cozinha, seguida pelo Dy que vem engatinhando logo atras dela.
-Já vou colocar meu amor, e cuidado com o seu irmão, ele esta atras de você!

Me virei para o fogão, e comecei a levar tudo para a sala de jantar.

Assumo, fiquei chateada com ele sim, já tínhamos conversado poxa. Por ouro lado, eu entendo o lado dele de ficar preocupado, mas eu sou obstetra, sei me cuidar, e ao primeiro sinal, eu ligo para ele. Sinceramente, acho exagero ele ter que se mudar pra cá.
O jantar foi meio calado, somente as crianças se faziam presentes na mesa, não conversamos diretamente, e ao final do jantar ele disse que iria recolher as coisas, e eu fui preparar as crianças para dormir.
Já tinha dado beijo na minha princesinha, e estava terminando de arrumar o Dylan, depois de dar banho nos dois, quando senti uma leve pontada nas costas, respirei fundo, e me ajeitei sentando na cama, já que ela aconteceu devido a minha posição curvada.

-Esta sentindo algo?-fui desperta por ele entrando no quarto.

-Não, esta tudo bem! Eu estava curvada trocando o Dy, e senti uma pontada nas costas.

-Tem certeza?

-Absoluta, não se preocupe.

-Vou leva-lo para o quarto dele.-se aproximou o pegando no colo.

-Enquanto você o coloca para dormir, eu vou tomar um banho. Estou fedendo a tempero!-me levantei.

-Tudo bem!-ele deu as costas, porem eu o toquei fazendo com que ele parasse.

-Boa noite meu anjinho!-beijei o seu rosto, e encarei o Peter.

-Ja volto!

-Tudo bem!

Não gosto de ficar em um clima estranho com ele, acho isso simplesmente terrível, e desnecessário.

§

Quando sai do banho ele estava entrando no quarto, eu terminei de colocar a minha roupa enquanto ele foi tomar o banho dele. Ouvi o Ge latir, e estranhei, por isso decidi ir ver o que ele tinha.
Quando cheguei na sala, ele estava latindo para uma das bonecas da Ari, que ela tinha esquecido em sima do sofá. Me aproximei dele afagando a sua cabeça, e me sentei no sofá.

-Relaxa garotão, e só uma boneca!-sorri a segurando em minhas mãos, ele sentou colocando a cabeça em meu joelho. Esta gostando da casa, ou achou ela muito pequena para você?-sorri quando ele fez um ruido com a boca. E pequena né? Mas eu sei que seremos muito felizes aqui.

Me recostei por completo no sofá, exibindo a minha barriga que estava simplesmente gigante, e acariciando a sua extensão, quando senti o nosso bebe envergonhado se mexer. Só eu sei como queria que ele já estivesse em meus braços, para lhe fazer carinho, e nina-lo. Sou apaixonada por crianças, e esta espera para ver o rostinho do meu bebe, e a unica coisa que acaba comigo.

-Esta tudo bem?-despertei dos meus pensamentos com a voz do Peter, ultimamente esta era a sua pergunta mais frequente.

-Sim!-sorri em um esticar de lábios.

-Olha Cris, eu sei que você...

-Desculpa!-disse de cabeça baixa. Você só esta preocupado comigo, e ao invés de te agradecer, eu te ataco.- encarei.

-Esta tudo bem! Eu só não quero que nada aconteça com você durante a madrugada, eu estando aqui, e só você me acordar, mas estando em outra casa, não sera tão fácil!

-Eu sei, me desculpa!-sorri o abraçando. Eu estou adorando a sensação!

-Qual?

-De ter vocês aqui comigo! Eu amo vocês!

-Nos te amamos!

-Eu sei! Com tudo isso, eu acabei esquecendo de te contar uma coisa!

-O que?

-Hoje eu fui matricular a Ari na escola de dança!

-Você disse isso ontem, como foi?

-Surpreendente!

-Por que?

-Você não tem ideia de quem sera a professora dela!

-Não mesmo!-sorriu.

-A Mariah!

-Mariah?-me afastei para olhar em seu rosto.

-Mariah Jones! A nossa amiga de adolescência no Hawaii! Se esqueceu dela?

-O que? Serio isso?-ele pareceu surpreso.

-Exatamente, eu não acreditei na coincidência.

-Nossa, eu não estou acreditando nisso!-sorriu. Eu jamais imaginei saber algo sobre ela depois de tanto tempo.

-Nem eu! Trocamos telefones, e marcamos de nos encontrar novamente.

-Quando?

-Assim que possível, e eu queria muito que você fosse comigo encontra-la!

-Não sei se e uma boa ideia, vai que ela ainda nutre o desejo que arrancar o meu pau com a faca de cortar pão?

-O que?-gargalhei.

-Eu não te disse que ela me ameaçou quando nos separamos?

-Não!-disse ainda sorrindo!

-Ela estava com ódio nos olhos!

-Ela não vai fazer isso!

-Quem me garante?

-Eu!

-Okay, agora estou mais tranquilo, e me sentindo super seguro!-gargalhamos.

-Seu bobo!-bocejei. Estou mega cansada, o Dylan dormiu?

-Sim!

-Podemos ir também?

-Claro!

Ele se levantou, e esticou as mãos para me ajudar, aceitei de bom grado a sua oferta, e seguimos para o quarto. Nos acomodamos bem juntinhos na cama, e logo me rendi ao sono.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Dia feliz?! cap 60

                                     

Era pouco mais de sete e cinquenta da noite quando chegamos em frente a igreja, o casamento seria as oito, e eu estava me arrumando desde a s quatro e meia da tarde, eu cheguei ao ponto de sentar na cama, e chorar por estar me sentindo uma tenda de circo, mesmo com o Peter falando que eu estava linda.

Enquanto ele retirava o Dylan da cadeirinha, eu eu retirava a Ari da dela, que estava simplesmente linda com o seu vestido de daminha de honra.
Tem certeza que estou bonita amor?


-Pela milésima vez Cris! Sim meu amor, você esta linda, e não, não esta parecendo uma tenda de circo!- ele não e um amor?

-Obrigada!-sorri verdadeiramente.

-Filha que bom que chegou, estava preocupada já!-minha mãe desesperada como sempre. Pensei que a noiva iria chegar, e teria que ficar esperando por você!

-Mãe, eu ainda estou um minuto adiantada!-sorrimos. Esta linda!

-Obrigada!-ela estava realmente linda com um vestido vermelho. Você também!

-Obrigada! Ola papai!-o abracei.

-Ola meu filho!-minha mãe abraçou o Peter, e os netos.

-Minha princesinha! Você esta radiante com esta barriguinha meu amor!

-Barriguinha? Estou enorme papai!-sorrimos.

-Desculpa atrapalhar, mas e que os padrinhos já vão entrar!- a cerimonialista de pontualidade britânica nos abordou, e eu sorri em concordância.

-O Rafael esta ai!-minha mãe disse em tom baixo me encarando.

-Eu sei! Esta tudo bem!

-Vamos Crystal?-mais uma vez ela me chamou.

-Ate daqui a pouco!-beijei a todos.

-Relaxa, esta tudo bem!-meu namorado me deu um beijo carinhoso.

-Obrigada!

-Estarei la dentro com os seus pais!-apenas assenti, e a segui ate a porta da igreja.

Por fora eu estava uma fortaleza, mas por dentro eu estava desmanchando como sorvete no verão.
Seriamos o segundo casal de padrinhos a entrar, e só de ver a sua nuca ao longe, eu já senti o meu estomago embrulhar, peço forças, e estomago a Deus, para conseguir passar a ultima hora ao seu lado no altar.
Segui ate ele, e parei ao seu lado ouvindo as ultimas orientações da organizadora, para que desse tudo certo.

-Deem os braços pois vamos abrir as portas.

Olhei para baixo, e serio, a minha vontade era sair correndo, só estou aqui por causa da minha amiga. Dei o braço a ele que já estava com o seu braço em arco para que eu passasse o meu.

-Você esta linda!-a sua voz suave me pegou de surpresa, me levando de volta no tempo, fazendo-me recordar do Rafael, que conheci a anos atras. Mesmo estando... -menos por isso.

-Gravida!-disse sem encara-lo. Não precisa dirigir a palavra a mim! Não faço questão.

-Nossa quanta ignorância, eu fui super gentil, e você vem com 7 pedras nas mãos!-Disse com ironia em sua voz.

-A minha vontade era poder realmente tacar pedras em você, muito mais do que sete!-disse de olhos fechados contendo a minha indignação, ouvi o ruido do seu sorriso, e abri os olhos o encarando. Você esta rindo?

-Queria que eu chorasse?

-As vezes você age como se não tivesse culpa de nada...

-Esta acontecendo algo?- a organizadora, nos abordou.

-Não, esta tudo maravilhoso!-ele disse sorrindo debochadamente.

-Deus, me da paciência para aguentar isso ate o final!

Vi a porta se abrir, e a musica dos padrinhos começar a tocar. Agora não tinha mais para onde correr, ou entra, ou entra.

-Ta vendo tudo o que eu faço por você dona Lissandra Motta?-resmunguei comigo mesma.


Caminhamos vagarosamente pelo tapete vermelho ao som de I'll Be There For You. Sim, era a musica de abertura do seriado Friends. Se ela não regulava bem? Sim, mas no final das contas, a musica combinou muito bem com o momento. Tratei de colocar um enorme sorriso em meus lábios, apesar de tudo, eu estava feliz. Feliz pela minha amiga que estava realizando o seu grande sonho de se casar, e mesmo a situação não sendo uma das melhores para mim, era o melhor dia da vida dela.
Chegamos em frente ao altar, e por sorte eu não precisaria ficar ao seu lado, já que de ultima hora a Liz, tinha decidido deixar os padrinhos de um lado, e as madrinhas de outro. Ao menos isso. Não iria precisar ficar ao seu lado o tempo inteiro.
A primeira coisa que fiz ao me acomodar no altar, foi procurar o Peter, com os olhos, e quando o encontrei foi impossível conter o meu sorriso, o meu namorado estava simplesmente, e especialmente lindo no dia de hoje. Acariciei a minha barriga quando senti o nosso bebe se mexer, e sorri me sentindo satisfeita, e completa.

Uma musica suave ecoou na igreja, e logo em seguida o meu sorriso de mãe babona era tão grande que não cabia em meu rosto, afinal a minha  princesa estava linda em seu vestido longo, na cor branca com um fita azul na cintura, e os cabelos domados com um arranjo de flores.

A cerimonia tinha começado, e a minha amiga tinha entrado ao som de All Of Me, e estava simplesmente radiante, linda, com um sorriso de orelha a orelha, e foi impossível não me lembrar do eu casamento com o Rafael, foi um momento lindo, e cheio de significado. O que estraga para mim hoje, e saber que ele já mentia para mim, que eu vivi por anos em uma mentira, mascarada por uma felicidade plena. Mas agora isso e passado, e a unica coisa que eu quero, e pensar em como sera o meu futuro com o real homem da minha vida.
Fiquei profundamente emocionada ao final da cerimonia, com a escolha da musica em que eles saíram da igreja, ela escolhei Wave, uma bela musica de Tom Jobim, e disse que escolheu pensando em mim. A minha amiga não e a melhor de todas?


Infelizmente tive que mais uma vez dar o braço ao Rafael, para sairmos da igreja, desta vez não trocamos uma palavra. Dispensável. Me distanciei dele assim que saímos da igreja, e fui pegar a minha filha, que estava sobre os cuidados de uma das assistentes da organizadora, assim como as outras crianças.

-Eu fui bem mamãe?-me perguntou sorridente quando me abraçou.

-Voçe estava uma princesa minha filha! Linda como as estrelas!

-Você também estava linda mamãe! Só ficaria mais linda se tivesse com o papai do seu lado!-disse mais baixo me fazendo sorrir.

-Eu concordo com você!

-Concorda com o que?-meu amor aparece com o nosso pequeno em seus braços.

-Que a mamãe estava linda, mas que ela ficaria ainda mais se você estivesse com ela la em cima!-sorrimos, e o Dy, se jogou em meus braços.

-Isso e algo que eu necessito concordar minha filha!-a pegou no colo.

-Vamos para o local da festa amor, estou começando a ficar com dor nas costas de tanto ficar de pé!-reclamei.

-Claro! Aqui esta meio sufocante!-vi que ele olhou disfarçadamente para onde o Rafael estava.

Depois de acomodar as crianças na cadeirinha, nos despedimos dos meus pais que iriam logo atras, e seguimos para o salão de festas.
Preciso confessa que eu adorei ser a madrinha de casamento da Liz, mas por contra partida, eu fiquei bastante constrangida e acuada, senti que todos me encaravam de forma estranha, talvez julgadora, acho que pelo fato de ter traído o Rafael, com o Peter, e agora ter feito par com o Rafael....

-Esta tudo bem meu amor? Aconteceu algo?-questionou-me fazendo-me despertar.

-Nada, esta tudo bem!-sorri um pouco sem vontade.

-Eu te conheço Cris, e a muito tempo. Fala, o que houve?

-E que eu me senti um pouco desconfortavel la no altar. Acho que pelo fato de ter entrado com o meu ex marido, sendo que você estava ali nas primeiras fileiras, ainda mais depois de nos separarmos como tudo aconteceu...

-Escuta meu amor, relaxa, esquece isso, provavelmente foi impressão sua!

-Não foi, eu senti que estava sendo observada...

-E estava, estava sendo observada, por estar simplesmente maravilhosa esta noite!-foi impossível não sorrir. Eu também estava, mas provavelmente por estar acompanhado da mulher mais linda da igreja!

-Para seu bobo!

-Estava mais linda do que a própria noiva!

-Isso e a mais completa mentira, a Liz estava deslumbrante, a minha amiga estava simplesmente maravilhosa esta noite!

-E muito feliz!

-Sim!

-Os próximos somos nos!-o encarei.

-Oi?

-Nos seremos os próximos a nos casar, depois que o nosso bebe nascer, vamos providenciar o nosso casamento. O que você acha?

-Ainda tem o divorcio Peter!

-Mas eu tenho certeza de que isso esta prestes a se resolver!

-Tomara!-elevei as mãos ao céus.

O salão de festas estava lindo, e muito bem arrumado, a musica rolava solta, e já tinha gente dançando no meio da pista. Estava tudo em tons de vermelho, preto, e branco, estava simplesmente encantador.
Seguimos ate a mesa que estava reservada para mim, o Peter, e os meus pais, que por acaso já estavam sentados. Como eles conseguiram chegar antes da gente, eu não sei, mas estavam la com uma taça de champanhe cada um.

-Não abusa no álcool papai, esta dirigindo!-o adverti enquanto me sentava.

-Tudo bem mamãe!-sorrimos.

-E serio!

-Qualquer coisa passem a noite em minha casa!-Peter se pronunciou ao sentar.

-E quem vai leva-los ate la?-o encarei.

-Amor!-me olhou em tom repreensivo.

-Tudo bem, desculpa!-sorri. Eu estou estranha ultimamente, parece que eu tenho a necessidade de cuidar de todos ao meu redor, com um zelo desnecessário.

-E a gravidez meu amor, e assim mesmo!-minha mãe me encarou com carinho.

-Como você aguenta Bruno?-meu pai o encarou sorrindo.

-Papai!-e eu o encarei incrédula, mas com um sorriso no rosto.

-Respirando fundo, e contando ate dez!

-Peter?-todos a mesa gargalharam.

A festa estava maravilhosa. Acho que ja disse isso, mas e que realmente estava incrível. Eu nunca tinha visto a minha amiga tão linda, e feliz. Talvez quando a Alicia nasceu.
Neste momento eles estava dançando a valsa dos noivos, e eu sentia o meu estomago revirar só de pensar que eu ainda teria que dançar com o Rafael. Estou louca para esta noite acabar. Eu repassava esta frase em minha cabeça, poderia parecer mesquinho da minha parte em relação a felicidade da minha amiga, mas e que realmente eu estava me sentindo um pouco sufocada em estar no mesmo ambiente do que ele.
Dancei com o Matt, enquanto o Rafa dançou com a Liz, era coisa de poucos minutos, afinal, eles tinham que dançar com exatos cinco pares de padrinhos. Quando o Matt me entregou ao Rafa, preciso assumir que foi impossível manter o sorriso que estava em meus lábios ate alguns minutos atras.

-O que eu não faço pela minha melhor amiga?-disse em tom baixo assim que senti as suas mãos envolverem o meu corpo.

-O que você disse?

-Você me ouviu bem, pelo que me consta ainda não e surdo!-ele sorriu ironicamente.

-O que fez com o carro, já vendeu para comprar uma mini van?-perguntou com desdem.

-Você e muito debochado sabia? E desnecessário também!

-Eu não mudei absolutamente nada, continuo o mesmo!

-Ate parece, você não e nem de perto, o Rafael que eu conheci a alguns anos atras, você se tornou alguém vazio, e sem coração. Ou você já era assim, e eu simplesmente não consegui detectar antes, por estar simplesmente enfeitiçada por você!

-Enfeitiçada, ou encantada pelo meu charme?

-Menos pelo amor de Deus!-mais uma vez ele sorriu.

-Agora e serio, vai vender o apartamento?

-Por que você esta tão interessado, se eu vou não vender o carro, e a casa?

-Por que, se você for, eu pretendo compra-los de volta!

-O que?-o encarei incrédula.

-Você sabe que eu amo aquele apartamento, e o carro, e um dos meus "xodós"! So queria lhe deixar claro, que se por acaso for vender, eu quero compra-los!

-Por que isso agora? Por que você abriu mão deles, para agora querer de volta?

-Eu quero pagar por eles! E outra, o dinheiro vai te ajudar a criar, e sustentar este bando de crianças!-disse olhando mais uma vez com desdem para a minha barriga, e eu me afastei dele, sem deixar de encara-lo.

-Já sei, e para me humilhar mostrando que você tem dinheiro suficiente para comprar de volta?-ele apenas sorriu. Pois fique sabendo que os meus filhos não precisam da sua esmola, eles tem mãe, e tem um pai, que os amam de verdade!-o encarei seriamente, dando-lhe as costas o deixando sozinho na pista de dança.

-O que foi amor?-esbarrei no Peter que vinha em minha direção. O que este idiota estava falando com você!

-Esquece amor!-espalmei a mão em seu peito. Não vale a pena, você sabe que não vale!

-Eu não iria fazer nada de mais, só iria perguntar o que estava acontecendo! Estamos no casamento da sua amiga, sou uma pessoa publica, não quero, e nem posso me expor!

-Ainda mais por algo tão insignificante!-completei.

-Mas o que ele estava falando com você, que te deixou assim?-perguntou enquanto voltávamos para a mesa.

-Relaxa meu amor, vamos aproveitar a festa! Quer dançar?-sorri para ele da forma mais doce que conseguiria naquele momento.


De mãos dadas, nos aproximamos novamente da pista de dança, nos mantendo o mais distante possível daquele ser inconveniente. Like I'm Gonna Lose You tocava na pista, eu me apaixonei por esta musica desde a primeira vez que a ouvi no carro enquanto ia para a clinica, acho que que ela reflete exatamente o que eu sinto quando estou ao lado do Peter, quando estou em seus braços, eu me sinto segura, e com a capacidade de ama-lo ainda mais a cada dia. O meu maior medo, e de um dia perde-lo, de um dia me ver afastada dele novamente, de que por algum acaso do destino o nossa amor venha a ser colocado a prova. Acho que não resistiria a sensação de perde-lo, eu me sinto sufocada em pensar nesta possibilidade.
Senti os meus olhos marejarem, não sei se era pela gravidez, mas coisas assim tem povoado a minha cabeça ultimamente, e eu não gosto nada disso, desta sensação de poder perder o seu toque, ou a sua presença.
O abracei forte, sentindo a sensação de segurança que o seu abraço me transmitia. Fechei os olhos com força ao sentir os seus lábios em meu pescoço em um beijo terno, me deixando ainda mais confortável.

-A cada dia que passa eu fico mais certo da maravilhosa escolha que fiz. Hoje, eu não me arrependo de ter saído do Hawaii, mesmo tendo que te deixar como tive que fazer, principalmente por te-la neste momento em meus braços, em ter construído uma linda família com você! Obrigado por me fazer feliz cada dia mais, e me dar a oportunidade de te fazer feliz!-respirei fundo sentindo um no se formar em minha garganta.

-A unica que pode agradecer alguma coisa aqui sou eu!-me afastei o suficiente para olhar em seu rosto. Você realizou o meu grande sonho!-coloquei uma de minhas mãos sobre a minha barriga, e ele fez o mesmo. A maior realização da minha vida, veio através de você!-sorrimos. Eu amo você, e todas as coisas que você me deu!

A sua mão que estava em minha barriga deslizou ate o a minha nuca, onde iniciamos um beijo calmo, e cheio de amor. Amor, acho que era a coisa mais visível entre nos dois, chegava a ser chato, eu sei, mas quando amamos e tão bom demonstrar, tão bom deixar que todos vejam o quanto a pessoa ao seu lado te faz feliz, que ela e o suficiente para completar todas as áreas de sua vida, e que você não precisa mais nada que venha de fora, para ser uma pessoa completa.

§

Não sei ao certo a quanto tempo a festa esta rolando, eu só sei que estava realmente muito boa.
Em um dado momento, senti falta da minha filhota que ate então estava se divertindo com a Alicia pelo meio da festa.

-Peter, você esta vendo a Ari por ai?-questionei ao Peter, que parou para observar ao seu redor.

-Não!

-Ela estava aqui a alguns minutos!-minha mãe também olhou ao redor.

-Eu vou procura-la!

-Eu vou com você amor!-entreguei o Dylan que ate então estava em meu colo a minha mãe, e me levantei olhando ao redor.

Parte Peter

A festa estava ótima, ao menos depois que a Cris, falou não sei o que com o seu ex marido. Reparei que enquanto dançávamos, ele nos encarava, parecia ter ódio nos olhos, parecia nos odiar de todas as formas possíveis. Sabe quando a felicidade alheia incomoda as outras pessoas? Era exatamente assim que eu acho que ele estava. E quer saber? Foda-se, quem jogou o casamento pela janela não foi eu, foi? Bom, não posso negar que tive a minha parcela de culpa, mas o que eu posso fazer, eu só fiz o que o meu coração pediu.
Em certo momento da festa, sentimos a falta da Ari, ao nosso redor, e no meio da preocupação, a Cris e eu decidimos procura-la, nos separamos, e enquanto ela procurava pelo lado de dentro, eu olhava do lado de fora.
Depois de uns cinco minutos a procura, eu a achei, porem, ela não estava sozinha.

-Sai de perto da minha filha!-o encarei seriamente, e ele sorriu.

-Sua filha? Nos papeis da adoção, o nome que consta la, e o meu!-me encarou, e só ai eu reparei que ele segurava o braço dela.

-Um nome não quer dizer nada! Não adianta ter o nome no papel, e não fazer questão de te-la ao seu lado!

-Papai, ele esta me machucando!-ela choramingou.

-Solta a minha filha Rafael! SOLTA A MINHA FILHA!-com dois passos largos, eu estava segurando o seu pulso para que a soltasse.

Nos encarávamos como dois animais enfurecidos, disputando um território. A minha respiração estava forte, e a minha vontade era de encher a mão na cara daquele desgraçado, mas a ultima coisa que eu queria, era que a minha filha me visse agredindo alguém.
Depois de alguns segundos que parecia ser minutos, senti a minha filha ser arrancada de sua mão, e quando olhei ao redor, a Cris a segurava em seus braços. Ele puxou a sua mão da minha com força, e permanecemos a nos encarar.

-Voçe e um infeliz Bruno! Se acha o certo, mesmo depois de ter roubado a minha mulher!

-A culpa não e minha, se você não soube lhe dar o valor que ela merecia!

-Você e muito cara de pau! Surgiu do inferno, para acabar com a felicidade da MINHA família. Tirou de mim o que de mais precioso eu tinha! Depois que você apareceu, a nossa vida virou um inferno, a todo momento você estava la rondando a minha mulher, enchendo os ouvidos dela de coisas sem sentindo, trazendo um passado sem importância, só para confundi-la!-senti o ódio de suas palavras. Você retirou o amor da minha vida, Alias, você acha que retirou, por que se você acha que eu vou deixar assim tão fácil, esta muito enganado! Eu fui traído, e humilhado por vocês dois, isso homem nenhum aceita! Eu tentei, juro que tentei esquecer tudo o que vocês fizeram comigo, mas e mais forte do que eu!

-O que isso significa Rafael?-ela o questionou, e ele a encarou.

-Nada!-disse em um tom sombrio!

-Fala seu desgraçado!-voltou a me olhar.

-Eu só digo uma coisa, vocês não vão ser felizes juntos, por que tudo o que começa no erro, não tem futuro...

-CALA A SUA BOCA SEU INFELIZ!-eu simplesmente perdi a cabeça.

Eu parti para sima dele lhe acertando um soco que o fez se desequilibrar, mas logo se recuperando, ele veio para sima de mim, porem antes mesmo que me acertasse, senti ser puxado para trás, assim como ele. O meu sogro me segurou, assim como o Matt, o segurou falando algo com ele em seguida.

-Não vale a pena Peter, ele só quer desequilibrar a estabilidade de vocês, não deixa, e isso que ele quer, te ver cego de raiva!

-Este desgraçado conseguiu!

-Não, ele não conseguiu nada! Vamos entrar, toma uma água. A sua filha esta chorando!-olhei para o lado, e vi a Cris, abraçando a minha menina que chorava copiosamente.

-Não chora meu amor!-a abracei assim que me desvencilhei do meu sogro.

-Não briga papai!-ela disse entre as suas lagrimas.

-Esta tudo bem meu amor, o papai não vai brigar com ninguém!-a peguei no colo.

-Vamos entrar!-o meu sogro nos chamou.

Voltamos para a festa, e o meu clima obviamente não era mais o mesmo, eu estava com raiva, e podia sentir o meu sangue ferver dentro das minhas veias, de tanto ódio que eu estava, aquele desgraçado deu sorte.

Parte Cris


Passado o desentendimento dos dois do lado de fora da festa, eu tentei relaxar, e dar o minimo de importância que aquele infeliz merecia. Eu fiquei assustada quando vi os dois se encarando, e quase surtei quando o Peter o agrediu, pensei que aquilo não terminaria como terminou.
Mas o que me deixou de orelha empe, foi a ameaça do Rafael, ele foi firme ao dizer que não seriamos felizes juntos, e sinceramente, eu fiquei com receio.


Em um dado momento, a Liz, pediu ao Peter, que cantasse uma musica para ela, e obviamente ele aceitou de muito bom grado. Ele tomou o lugar do cantor da banda que estava tocando na festa, cantou Locked Out Of Heaven, a pedido dela que alegou ser uma das suas musicas favoritas -Safada- E claro, fazendo com que todos dançassem. Mais uma vez ela dançou com o marido, que mesmo mantendo a distancia de uma musica mais agitada, ele não deixava de olhar em seus olhos da forma mais linda, expressiva, e apaixonada deste mundo.